Um mês depois que a mãe do menino Rafael Mateus Winques, 11 anos, Alexandra Dougokenski, confessou ter matado o filho, o repórter da RBSTV Jonas Campos teve acesso ao primeiro depoimento da mulher, gravado pela polícia de Planalto, no norte do Estado, onde o crime ocorreu. A mulher teve prisão decretada após admitir o crime.
No momento em que confessou o assassinato, Alexandra contou o que aconteceu com o Rafael.
— Dei remédio para ele dormir — afirmou.
O medicamento dado, segundo ela, seriam dois comprimidos de Diazepam. A mulher afirmou que fez isso para que o filho dormisse, e que notou, depois, que o garoto não estava bem.
— Ele tava diferente, tava com a boquinha roxa e as mãozinhas geladas. Não lembro a hora certa, era madrugada.
Em seguida, os policiais perguntaram como ela retirou o corpo da criança do quarto:
— Não conseguia tirar ele assim e aí eu amarrei pra ver se conseguia melhor — afirma Alexandra, que teria usado uma corda para isso.
A mulher confessou que escondeu o corpo do filho na caixa de papelão que estava na garagem do vizinho, a cinco metros da residência dela.
Depois, os policiais perguntam então se ela teve ajuda de alguém. A mulher afirma que fez tudo sozinha e que o meio irmao de Rafael, que estava no quarto ao lado, não sabia o que se passava.
Depois desse depoimento, prestado no dia 25 de maio, Alexandra levou os policiais até o local onde tinha escondido o corpo do próprio filho. Fazia dez dias que o garoto estava desaparecido em Planalto.
Alexandra está presa em Guaíba e vai prestar novo depoimento em Porto Alegre no próximo sábado (27), à tarde. Os advogados disseram que ela irá manter a mesma versão de que Rafael morreu horas depois de ingerir o remédio.
— Quando viu que o menino tinha falecido ali, não soube o que fazer e tentava poupar que o irmão visse aquela situação. E explica assim porque escondeu o corpo e ludiobriou a autoridade policial esses dias todos — diz o advogado da mãe, Gustavo Nagelstein.
— Se ela tivesse dolo, ela não iria buscar uma corda de varal para estrangular o Rafael. Ela teria feito isso com as mãos e isso se chama esganadura — afirmou o advogado Jean Severo, que também compõe a defesa da mãe.
Conforme a polícia, Alexandra usou a corda para estrangular Rafael em cima da cama.
— A mãe planejou o crime. Ela premeditou. Não foi algo de ímpeto, algo de momento, de fúria. Houve todo um planejamento que levou a morte do Rafael — afirma o diretor do Departamento de Polícia do Interior (DPI), delegado Joerberth Nunes.