A Polícia Civil localizou em uma farmácia de Água Santa as vacinas contra a gripe falsificadas que haviam sido vendidas anteriormente para o município de Coxilha, na região do Planalto.
Como desconfiou da apresentação do medicamento, a Secretaria Municipal da Saúde de Coxilha devolveu as vacinas e não pagou. Os suspeitos da falsificação então teriam vendido para a farmácia onde policiais encontraram o material na manhã desta terça-feira (5), durante buscas da Operação Anticorpo. Conforme o delegado Max Otto Ritter, da 1ª Delegacia de Combate à Corrupção, pelo menos cem doses chegaram a ser aplicadas.
A investigação começou a partir de denúncia da empresa fabricante da vacina tetravalente, a GSK BR. Agora, será preciso identificar as pessoas que receberam, em Água Santa, aplicação das doses que seriam falsificadas.
A empresa que vendeu o medicamento tem sede em Passo Fundo. Duas pessoas ligadas a ela tiveram prisão preventiva decretada e foram presas na operação. A polícia ainda verifica se essas vacinas foram distribuídas em mais cidades da região.
A secretária da Saúde de Coxilha, Rosane Fátima da Silva, disse à GaúchaZH na manhã desta terça-feira que a única pessoa vacinada na cidade foi um idoso de 62 anos:
– Ele passou por exames laboratoriais e avaliação médica e está bem. Não teve nenhuma reação. Mas seguimos monitorando.
Rosane contou como fez o negócio com os supostos falsificadores. Ela explicou que funciona na região um consórcio na área da saúde para facilitar compras. Como estava faltando a vacina na cidade, o consórcio indicou para ela uma farmácia, que também não tinha o medicamento. Foi esta farmácia que fez a indicação para Rosane tentar a compra com a empresa de Passo Fundo, agora investigada.
– Nós recebemos vacina do Ministério da Saúde, mas vem aos poucos. E estava faltando, pois é enviado com base no censo de 2010, quando tínhamos 340 idosos. E agora temos 550. Queríamos antecipar a vacinação do idosos, tentamos fazer uma coisa boa e deu esse problema – lamentou Rosane.
Coxilha recebeu as vacinas em 14 de abril. No dia seguinte, quando começou a aplicação, surgiu a suspeita em razão da apresentação do frasco e pela falta de bula. A secretária então contatou o vendedor, que foi ao local e recolheu todo o lote. Ele chegou a dizer que outros municípios tinham interesse no material. Por isso, a polícia começou a rastrear outras cidades.