A Polícia Civil informou nesta terça-feira (5) que aguarda alguns laudos periciais e a análise de imagens, além de documentos, para concluir o inquérito sobre a morte da advogada Maria Elizabeth Rosa Pereira, 65 anos, em Porto Alegre. O crime aconteceu no dia 17 de abril no bairro Partenon, na Zona Leste. O caso é apurado como feminicídio, já que o principal suspeito é o companheiro da vítima, o PM da reserva José Pedro da Rocha Tavares, 49 anos. Ele está hospitalizado após tentativa de suicídio.
A delegada Tatiana Bastos, titular da Delegacia da Mulher da Capital, diz que a investigação está em andamento e que faltam detalhes para remeter o caso à Justiça. Segundo ela, já foram ouvidas 12 pessoas sobre o assassinato de Maria Elizabeth, que era a atual presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs). Ela foi morta na casa do companheiro, encontrado no local ferido com um tiro na cabeça. A arma que teria sido usada para os disparos era dele e foi apreendida.
— Mesmo que faltem alguns detalhes, por enquanto não estamos falando de prazos porque mais provas podem surgir e por isso a investigação pode ainda se estender por mais alguns dias — explica Tatiana.
Investigação
A polícia analisa imagens de vídeo no entorno da casa do investigado, além de aguardar por laudos periciais. Tatiana destaca que ainda espera pelo resultado da necropsia e diz que, até o momento, indícios apontam que houve um feminicídio cometido pelo policial militar da reserva, seguido de tentativa de suicídio. O suspeito segue preso preventivamente e internado em hospital.
Tavares deve prestar depoimento assim que tiver condições, já que a polícia ainda não apurou a motivação para o crime. Tatiana também analisa prontuário médico do policial da reserva para entender o problema neurológico que ele possui. A polícia também está verificando os últimos contatos telefônicos feitos pelo casal, que estariam juntos há 20 anos, mas que não moravam na mesma casa.
O Instituto-Geral de Perícias (IGP) informa que faltam ser concluídos dois laudos: um de alcoolemia e outro de toxicologia. O trabalho é feito pelo Departamento de Perícias Laboratoriais. Houve atraso porque o quadro de servidores estava incompleto, mas com a recomposição dos profissionais, a previsão é de que os laudos fiquem prontos ainda nesta semana. O IGP destaca também que a necropsia está pronta, mas ainda aguarda por revisão por parte de um segundo perito do Departamento Médico Legal (DML).
Para denunciar casos de violência contra a mulher contate o Disque-Denúncia pelo telefone 181. Além disso, há os Centros de Referência da Mulher, delegacias especializadas e a Defensoria Pública.