A Polícia Civil informou nesta quarta-feira (20) que indiciou o PM da Reserva José Pedro da Rocha Tavares, 49 anos, pela morte da companheira, a advogada e presidente da Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados do Rio Grande do Sul (Agergs), Maria Elizabeth Rosa Pereira, 65 anos. O crime ocorreu dia 17 de abril na casa do investigado, no bairro Partenon, zona leste de Porto Alegre.
A titular da Delegacia da Mulher, delegada Tatiana Bastos, informou que obteve provas suficientes para confirmar o feminicídio seguido de tentativa de suicídio. Segundo o inquérito remetido à Justiaça, Tavares atirou na vítima e depois tentou se matar.
Ele ainda segue em atendimento no hospital da Brigada Militar, na Capital, e por isso não pode ser ouvido pela polícia. Segundo Tatiana, os motivos do crime ainda precisam ser melhores esclarecidos e ficarão para a fase processual, no Poder Judiciário.
— Não identificamos histórico de brigas entre o casal, inclusive em contatos por telefone, e nada até o momento indicou que ele estaria sem consciência dos fatos, já que foram apresentados vários laudos médicos pela defesa — explica Tatiana.
Tavares, conforme algumas das 12 pessoas ouvidas pela Delegacia da Mulher sobre o caso, tem problemas neurológicos e necessita de medicamentos. Ele mantinha uma relação com Maria Elizabeth há 20 anos, mas cada um morava na sua residência. A prisão em flagrante dele foi convertida em preventiva, por isso segue sendo custodiado no hospital. A polícia ainda aguarda três laudos periciais e destaca que vai encaminhar posteriormente os documentos para a Justiça.
Perícia
Sobre o trabalho pericial, o Instituto-Geral de Perícias (IGP) informa que faltam ser concluído o laudo de necropsia pelo Departamento Médico Legal (DML). Já outros dois laudos, um de alcoolemia e outro de toxicologia, por parte do Departamento de Perícias Laboratoriais, foram finalizados e serão encaminhados à polícia junto com o resultado do DML. Ainda não foi divulgado prazo para conclusão do trabalho. No final de abril houve um atraso nos laudos porque o quadro de servidores estava incompleto por diversos fatores, mas com a recomposição dos profissionais, o serviço voltou ao normal.
GaúchaZH tenta contato com a defesa do PM, mas não conseguiu localizar o advogado para contraponto, principalmente porque ele não disponibiliza telefones no site da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).