O corpo do menino Rafael Mateus Winques, 11 anos, está sendo velado em Planalto, no norte do Rio Grande do Sul. O enterro está previsto para ocorrer na tarde desta terça-feira (26). O garoto foi encontrado morto após a mãe, Alexandra Dougokenski, 33 anos, confessar o crime à Polícia Civil. A mulher está presa de forma temporária.
A cerimônia de despedida teve início pouco depois do meio-dia na capela mortuária da Funerária Santo Antônio, localizada na área central do município. Por conta das restrições para tentar evitar a propagação do coronavírus, poucas pessoas têm acesso ao local. O enterro está marcado para as 16h no Cemitério Municipal.
O garoto permaneceu desaparecido por mais de uma semana, até a própria mãe confessar o homicídio aos policiais no fim da tarde desta segunda-feira (25). Alexandra relatou em seu depoimento que não tinha intenção de matar o filho. Ela alegou que administrou dois comprimidos de Diazepam na criança, com intuito de que dormisse, e que isso teria causado a morte.
A mulher afirmou que utilizou medicamentos que eram usados pelo irmão dela, que reside em uma casa próxima. Os medicamentos, no entanto, não foram localizados pela polícia. A análise do Instituto-Geral de Perícias (IGP) indicou que a criança foi morta por estrangulamento.
Motivação investigada
A mulher relatou em depoimento que, após verificar que o filho estava morto, ela mesma teria enrolado o corpo em um lençol e arrastado até a garagem de uma casa vizinha. A casa, que fica a cerca de cinco metros da moradia da família, estava desocupada porque os moradores estavam viajando há algumas semanas.
— A mãe, ao confessar o crime para mim, disse que fez uma espécie de alça no entorno do corpo para poder carregar. Em princípio, é plausível, mas claro que isso depende de análise das perícias — afirmou o delegado Ercílio Carletti, em coletiva de imprensa na tarde desta terça-feira.
O delegado afirmou ainda que a motivação está sendo investigada. Ele voltou a relatar que costumava ver Alexandra levando o filho para o colégio e que, até o desaparecimento da criança, não havia nenhum histórico envolvendo a família. O menino vivia com a mãe e o irmão, de 16 anos. O pai, que é agricultor, reside em Bento Gonçalves, na Serra. Ele seguiu para o município após ser informado do sumiço do filho.
— Cansei de ver a mãe levando o filho para o colégio. O próprio pai do menino, quando ouvido, disse que ela era uma mãe carinhosa. Não havia o motivo aparente. O motivo é uma incógnita — disse Carletti.