Um advogado de acusação vai ingressar nas investigações do assassinato do menino Rafael Mateus Winques, 11 anos, morto pela própria mãe Alexandra Dougokenski, 32 anos, no município de Planalto, Norte do Estado. O criminalista santa-mariense Daniel Tonetto representará o pai de Rafael, Rodrigo Winques, junto ao inquérito policial e ao futuro processo judicial do caso. Os pais da criança assassinada são separados há anos.
Tonetto duvida da versão da mãe de Rafael, Alexandra, que confessou ter matado o menino, mas disse que foi um acidente. A mãe contou que a criança estava com dificuldades para dormir e por isso medicou o filho com diazepam, um sonífero. Rafael teria passado mal e depois morrido. Sem saber o que fazer, ela transportou o corpo para uma caixa na casa ao lado. Isso teria ocorrido cerca de dez dias antes de o corpo da criança ser encontrado, dia 25.
As investigações policiais apontam que, além do sonífero, Rafael pode ter sido asfixiado. Inclusive uma corda foi encontrada junto ao corpo.
Assim como os policiais que investigam o caso, Tonetto desconfia da história narrada por Alexandra e enxerga possibilidade de que o crime possa ter sido premeditado. Para isso, pretende examinar os indícios. Ele quer verificar também se houve participação de outra pessoa no homicídio. Para atuar no caso, conta com procuração do pai de Rafael, Rodrigo Winques, que é agricultor e trabalha com plantio de uvas em Bento Gonçalves.
— É um caso estarrecedor e de uma crueldade inacreditável, seja qual a dinâmica dos fatos ou a motivação. O pai da criança ainda está elaborando o luto, mas está inconformado e quer que a justiça seja feita. Vamos ajudar a fazê-la — diz Tonetto, que foi a Bento Gonçalves se encontrar com Rodrigo Winques.
O criminalista que agora entra no Caso Rafael já atuou em mais de 200 júris e milhares de casos criminais. Em grande parte dos casos na acusação. Num dos júris mais recentes, o da chacina de quatro pessoas e estupro de uma adolescente em Pinhal Grande (município da Região Central), ajudou a condenar o réu, Ariosto da Rosa, a 128 anos de prisão.