A primeira instituição que Alexandra Dougokenski, 32 anos, procurou alegando que o filho havia desaparecido foi o Conselho Tutelar de Planalto, no norte gaúcho. A equipe, composta por cinco conselheiras, atendeu-a por volta de 9h30min em 15 de maio. Conforme a conselheira Karen Diemer, 31, a mãe de Rafael Mateus Winques, 11, chegou pedindo ajuda para encontrar o filho que supostamente teria sumido.
— Ela disse que o havia coberto, por volta de 10 da noite do dia anterior, uma quinta-feira, e na sexta, de manhã, quando ela levantou para tomar o seu chimarrão ou café, não o achou mais na cama. E disse que a porta da casa estaria destrancada – conta a conselheira.
Ainda de acordo com Karen, Alexandra relatou que, antes de buscar ajuda do conselho, foi até a casa da sua mãe, avó de Rafael, para procurar a criança, afirmando que ele poderia estar na residência, mas não teria o encontrado. Perguntada por GaúchaZH se é normal, em casos de desaparecimento, a procura dos pais ocorrer primeiro no Conselho Tutelar, Karen disse que sim. A informação da conselheira é diferente da manifestação de delegados da Polícia Civil. Eles disseram que no primeiro momento já consideraram estranho a mãe procurar o conselho, e não as polícias, que são os órgãos responsáveis por investigações e buscas.
Conforme Karen, a mãe de Rafael aparentava nervosismo e preocupação quando chegou ao conselho. Diz que ela ficou 20 minutos detalhando a sua versão para o suposto desaparecimento e foi embora. Também relatou que ela voltou outras duas ou três vezes para perguntar se havia informação sobre o paradeiro do filho. E quando não ia ao conselho, buscava informação sobre o garoto por meio de mensagens de WhatsApp.
Celular sem mensagens
O celular do menino está com o Ministério Público para extração de dados que possam servir como prova. Conforme a conselheira tutelar, o aparelho foi citado por Alexandra no dia da comunicação do suposto desaparecimento:
— Ela disse que o menino havia deixado o celular em casa, porém havia apagado todas as conversas do telefone dele.
Karen admite que houve desconfiança de que a mãe pudesse estar envolvida, mas que não havia provas que sustentassem esse sentimento das conselheiras. E, como o caso, no mesmo dia, foi repassado à polícia, também não se justificaria, segundo ela, buscar novos elementos. A conselheira também informou que o irmão de Rafael, um adolescente de 16 anos, está recebendo atendimento psicológico do Conselho Tutelar de Planalto.