Após a megaoperação que transferiu 18 lideranças de facções para fora do Estado na manhã desta terça-feira (3), a Polícia Civil e a Brigada Militar (BM) mobilizaram agentes para conter eventuais reações dos grupos criminosos. Somados, 1.040 PMs e agentes da Polícia Civil reforçarão o patrulhamento nas ruas. O objetivo da ofensiva, chamada Império da Lei, é isolar lideranças dos grupos para evitar que sigam comandando as organizações, mesmo de dentro dos prisões.
A BM está com cinco Batalhões de Choque envolvidos no reforço do policiamento, somando total de 580 PMs. Por 20 dias — período que poderá ser prorrogado —, eles atuarão na Capital e em cidades do Interior que possuam relação com criminosos isolados.
Porto Alegre recebeu efetivo de Santa Maria e Passo Fundo na manhã desta terça-feira. Segundo o comandante-geral da Brigada,coronel Rodrigo Mohr Picon, os policiais foram enviados até a Capital sem saber o motivo da mobilização, devido ao sigilo da operação.
— Até hoje (terça-feira), eles não sabiam (sobre a operação). Usamos o jogo do Inter (que ocorre no estádio Beira-Rio,a partir das 19h15min) como justificativa para manter o sigilo porque era algo importante.
Na Capital, os PMs reforçarão o policiamento nos locais onde há atuação dessas organizações e também serão espalhados pela cidade.
— O Batalhão de Choque é um efetivo de reserva e reforço da BM usado neste tipo de operações — explica o comandante.
Já a Polícia Civil realiza a Operação 12 horas, que conta com 460 policiais nas ruas. Segundo a chefe de corporação, delegada Nadine Anflor, desde as 6h desta terça este contingente está concentrado em bairros e cidades onde as facções atuam.
— Assim como a da BM, é uma operação de fundo a que ocorreu hoje (terça-feira), para que não haja reação. E até hoje pela manhã nenhum dos policiais sabia o que ia acontecer, só sabiam que participariam de uma operação — afirma Nadine.
As ações integradas seguem a determinação do governador Eduardo Leite de que o trabalho conjunto não seja encerrado na operação Império da Lei. O empenho também seguirá para que os serviços de inteligência possam observar a ascensão de eventuais novas lideranças.