Em menos de 24 horas a Polícia Civil e a Brigada Militar, em ação conjunta, prenderam os autores confessos da morte do taxista Paulo Rogério da Rosa Morales, 54 anos, assassinado a facadas na madrugada de sábado (01/02) em Cachoeira do Sul. Testemunhas relataram que o crime foi cometido por um casal que, após matar a vítima, teria fugido com o táxi para Novo Cabrais, cidade vizinha. Os policiais fizeram um cerco, localizaram pela manhã o táxi abandonado numa estrada rural e, durante buscas, policiais militares de Novo Cabrais abordaram duas pessoas que se pareciam com a descrição dos caroneiros do táxi, pouco antes do meio-dia.
O casal foi detido caminhando nas proximidades do Trevo do Horbach, na BR-153, em Cachoeira do Sul. Eles tinham manchas de sangue nas vestes. Um deles, o jovem Júnior Vanderlei Viana, 19 anos, admitiu o crime aos policiais. Com o rapaz, foi apreendida sua namorada, uma adolescente de 16 anos, foragida de um abrigo para menores de idade de uma cidade da região.
Viana relatou à Polícia Civil ter pego uma corrida com Morales, no início da madrugada deste sábado, sem ter dinheiro para pagar. O taxista desconfiou e, no meio do caminho até o município de Novo Cabrais, eles começaram a discutir. Viana disse que usou um canivete e desferiu alguns golpes contra o motorista, que morreu ainda dentro do carro. O casal jogou o corpo de Morales à beira da BR-153 e seguiu com o táxi até Novo Cabrais, onde abandonou o veículo.
PMs e policiais civis foram até a residência onde o casal reside, em Cachoeira do Sul, e encontraram no forro da casa roupas e tênis da vítima, com marcas de sangue. Foi também localizado um canivete com vestígios de sangue, arma, segundo o assassino confesso, utilizada para cometer o homicídio.
Foi fundamental para as detenções o trabalho do Instituto-Geral de Perícias (IGP), que fez levantamento fotográfico e coleta de materiais no local do crime durante a madrugada. A comparação das manchas de sangue nas vestes e no tênis com o material coletado no local do crime - inclusive com pegadas compatíveis com as do casal - facilitou aos policiais a confissão dos assassinos.
Policiais civis da 2ª Delegacia de Polícia de Cachoeira do Sul desconfiaram da versão apresentada pelo casal e fizeram novos interrogatórios, tanto de Viana como de sua namorada. Os dois acabaram admitindo que o crime não foi latrocínio (roubo com morte) e sim, homicídio, encomendado por um conhecido traficante cachoeirense. O criminoso teria ordenado o assassinato em decorrência de uma dívida que Morales teria com ele. Viana relatou aos policiais que a recompensa pela morte do taxista seria o pagamento de R$ 1,5 mil e 50 gramas de cocaína.
Os policiais foram então até a residência de Henrique Morinel Brandão, de 38 anos, suspeito de envolvimento no homicídio, e o prenderam em flagrante por tráfico de drogas. Na casa, os agentes apreenderam 20 gramas de cocaína e uma balança de precisão. Brandão nega envolvimento no homicídio, mas teve a prisão preventiva requisitada pelo delegado João Gabriel Parmeggiani Pes, da 2ª DP de Cachoeira - que também lavrou o flagrante por tráfico. Brandão e Viana estão no Presídio Regional de Cachoeira do Sul.