Os familiares da modelo gaúcha Vanessa Vargas Ribeiro, 33 anos, que morreu após ter caído de um prédio na Cidade do México, capital daquele país, juntam as peças do caso para entender a morte da jovem, enquanto aguardam a conclusão da investigação policial.
No dia 1º, o corpo da mulher, natural de Camaquã, no sul do Estado, foi encontrado por vizinhos após ter caído do prédio em que o namorado vivia. Para a família, ela foi assassinada pelo companheiro.
A polícia mexicana afirmou que o caso é tratado como feminicídio, mas não deu detalhes nem o nome do suspeito para não atrapalhar a investigação. Até o momento, ninguém foi preso.
No dia 31 de janeiro, o casal teria jantado junto e voltado ao apartamento do homem. Vanessa teria enviado fotos à família, e dizia estar feliz.
— No sábado (1º), ela não nos respondia nenhuma mensagem, então, estranhamos. A gente começou a tentar falar com o namorado, mas ele bloqueou a família. Recorremos aos amigos — afirma Elvira Cristina Vargas, 47 anos, prima e madrinha da modelo.
A família ficou sabendo da morte porque, após notar o desaparecimento de Vanessa, amigos da jovem no México se mobilizaram e procuraram a polícia. O corpo foi reconhecido por uma amiga da modelo, também brasileira.
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Vanessa era "humilde", "de bom coração" e começou a trabalhar cedo, conforme a prima. Por não ter altura suficiente para as passarelas, Vanessa focava no trabalho como modelo fotográfica. Pela carreira, aos 18 anos, a gaúcha deixou o Estado e mudou-se para São Paulo. Em 2014, migrou para o México. Pouco depois teria conhecido o empresário e começado a namorar.
— Ela tinha ele como um protetor, dizia que era um anjo que apareceu para ela. Não se dava conta.
Segundo Elvira, a família procurou o governo brasileiro na tentativa de conseguir ajuda para trazer o corpo de Vanessa para Camaquã.
— Estamos tentando, falamos com o Itamaraty, mas até agora só nos dizem que estão analisando o caso. O custo do translado seria de 10 mil dólares, pelo que pesquisamos, além de passagens para irmos liberar o corpo. É um dinheiro que não temos como arcar.
Em nota, o Ministério das Relações Exteriores afirmou apenas que "está em contato com a família da brasileira”. “Em atendimento ao direito à privacidade dos envolvidos”, o Itamaraty diz que “não pode fornecer informações adicionais sobre o assunto".