Policiais da delegacia de Imbé decidiram adotar um dos cães resgatados de uma residência na manhã desta sexta-feira (21), no Litoral Norte. No local, cinco cachorros foram encontrados mortos, congelados em um freezer, e outros 12 viviam sob maus-tratos na casa, no bairro Presidente.
Nesta sexta, o cachorrinho marrom escuro recebeu atendimento. Ele ficará na casa de uma policial durante o tratamento e deve passar a viver na delegacia a partir da semana que vem.
— Mesmo diante dessa situação, eles não são agressivos. Quando chegamos lá, pularam na gente, queriam brincar, receber carinho. Conversamos e resolvemos adotar. Escolhemos o mais machucado deles, para que tenha uma nova chance — conta o delegado Antônio Carlos Ractz Junior.
Os demais animais resgatados serão acolhidos em lar temporário e encaminhados à adoção, segundo a polícia.
Nesta sexta, policiais cumpriram mandados de busca e apreensão na residência e descobriram os cinco cães congelados e um passarinho. Outros 12 cães foram encontrados na casa e viviam sob maus-tratos, sem água e sem comida, de acordo com Ractz.
Durante a manhã, o homem não foi encontrado no imóvel. Depois, a polícia fez contato com o aposentado, que se apresentou na delegacia. Em depoimento, ele afirmou que os cães eram bem tratados e que os animais mortos haviam sido envenenados:
— Ele disse que os cachorros morreram depois de serem envenenados e que ele os guardava porque queria fazer autópsia neles. Mas é uma versão que não procede. Ainda estamos aguardando os laudos (dos animais), mas acreditamos que, para não chamar a atenção, ele congelou os cães que morreram na casa.
Segundo Ractz, a análise inicial da veterinária indica que os cães morreram porque estavam desnutridos.
A polícia chegou ao local após denúncias dos vizinhos, que reclamavam do cheiro do local. A operação contou com o apoio da Aimpa, da Guarda Municipal e da Vigilância Sanitária do município.
O homem, que vivia sozinho na residência, foi ouvido e liberado. Ele será intimado a comparecer em audiência em Tramandaí nos próximos dias.
Conforme a polícia, ele deve ser indiciado por maus-tratos contra animais. O crime prevê pena de três meses a um ano de detenção, que poderá ser ampliada devido à morte dos cachorros.