Lideranças de entidades das forças de segurança do Estado prometem mobilizações a partir de hoje em protesto contra a votação do pacote do funcionalismo na Assembleia Legislativa. As manifestações devem envolver policiais civis e militares, bem como familiares dos servidores, na Capital e no Interior.
De acordo com o presidente da Associação dos Oficiais da Brigada Militar, coronel Marcos Paulo Beck, um grupo permanecerá os próximos dias concentrado na Praça da Matriz, em frente ao Palácio Piratini e à Assembleia. O objetivo é pressionar o governo a retirar os textos ou, em última etapa, convencer os deputados a derrubarem as propostas.
- Algumas medidas são claramente inconstitucionais. Vamos fazer frente até que o governo recue - afirma o coronel.
Na Associação dos Sargentos e Tenentes da BM, os dirigentes fazem segredo sobre a estratégia de mobilização da categoria. Mulheres e parentes dos servidores, contudo, se organizam para tentar bloquear os portões dos quartéis a partir da manhã desta segunda-feira (16), impedido a saída dos brigadianos para operações de rua.
- Ou o governo retira o pacote ou não voltamos à normalidade - condiciona o secretário da entidade, sargento Ricardo Agra.
Na Polícia Civil, o Sindicato dos escrivães, inspetores e investigadores da Polícia Civil do Rio Grande do Sul (Ugeirm) está convocando paralisação a partir desta segunda. Diante dos protestos, os sindicalistas orientam a população a registrar ocorrências de menor gravidade na Delegacia Online. Flagrantes, homicídios, latrocínios, estupros, ocorrências envolvendo crianças e adolescentes e Lei Maria da Penha continuarão sendo registradas nas delegacias físicas.
- A orientação é registrar só casos graves. Mas não vamos deixar a população desassistida - diz o presidente da entidade, Isaac Ortiz.
A chefe de polícia, delegada Nadine Anflor, afirma que os serviços vão se manter dentro da normalidade. Segundo ela, não há, por parte da chefia, orientação de restrição de atendimento à população:
- A chefia está aberta a dialogar. Sabemos que essa será uma semana difícil, de votação dos projetos, mas todos os serviços seguem normais. Vamos conversar o quanto for necessário para garantir a tranquilidade.