O governador Eduardo Leite aumentou o tom das críticas ao Cpers, depois que a entidade rejeitou a nova proposta para o plano de carreira dos professores, apresentada na última quinta-feira (12), e prometeu manter a greve que completará um mês nos próximos dias. Além de classificar como “delírio” a defesa do pagamento do piso nacional do magistério nas regras atuais, ele questionou os objetivos do sindicato.
— Aquilo que o sindicato pensa, quer, deseja, que foi um delírio que ele estimulou a muitos, é absolutamente impossível, que é aplicar o piso como vencimento inicial na tabela existente. Isso significaria os 100 mil professores aposentados receberem R$ 4 bilhões a mais por ano. Isso não é melhorar a educação (...) Talvez o sindicato seja dedicado aos aposentados. Pela educação ele não é.
Leite voltou a afirmar que a proposta de alteração no plano de carreira da categoria irá beneficiar 40 mil docentes até 2022, além de destacar que o salário-base, hoje em R$ 2.557, chegaria a R$ 3.216, representando um aumento de 26%.
A manifestação foi feita em Arroio do Meio, no Vale do Taquari, na tarde desta sexta-feira (13). Na cidade, o governador participou da inauguração de uma complexo avícola. Ao final do evento, conversou com jornalistas, a quem disse estar confiante que o pacote encaminhado à Assembleia Legislativa será aprovado na próxima semana.
Também afirmou que, sem as reformas, o governo poderá apresentar projeto para a prorrogação das alíquotas mais altas do ICMS, que se encerram no final de 2020. Os índices atuais garantem reforço de R$ 3 bilhões por ano aos caixas do Estado.
Mais cedo, a presidente do Cpers, Helenir Schürer, classificou como “ficção” a proposta de alteração na carreira e reajuste aos professores, afirmando que os trabalhadores em atividade não serão impactados significativamente pelo aumento prometido pelo Piratini.
Ao rejeitar os termos da nova proposta apresentada na quinta-feira (12) pelo governador — após pressão de aliados que ameaçavam votar contra a matéria —, ela sustentou que a entidade não fará concessões e manterá a paralisação que completará um mês neste sábado (14) — o primeiro protesto contra a proposta do Piratini ocorreu em 14 de novembro — enquanto o governo não ampliar os índices de reajuste.
O principal ponto atacado pela categoria é a previsão de que os futuros reajustes serão descontados da parcela autônoma, valor que já é pago a professores e que, a cada aumento, passaria a ter parte integrada ao salário.