O homem que escapou de um ataque a tiros que causou a morte de um empresário em Porto Alegre conversou, nesta sexta-feira (1º), com a reportagem da RBS TV. Conforme a Polícia Civil, ele seria o verdadeiro alvo do ataque que vitimou Jair Silveira de Almeida, 53 anos — os dois eram sócios. Por segurança, a fonte não terá o nome divulgado.
Almeida estava com o carro do sócio na noite de quinta, já que o seu estava estragado. Ele havia estacionado o veículo em frente a um prédio do qual era proprietário e onde funciona uma clínica terapêutica, no bairro Anchieta, quando o carro foi alvejado por 11 disparos. Ele chegou a ser socorrido e encaminhado ao hospital, mas não resistiu aos ferimentos e morreu.
— Tentaram me matar e erraram o alvo — disse o empresário.
De acordo com a Polícia Civil, os atiradores queriam executar o homem porque ele teria denunciado uma fraude na fabricação de medicamentos. Ele conta que vinha recebendo ameaças.
— Sou uma das únicas testemunhas de um crime de falsificação de medicamentos. Seria para me calar como testemunha — afirma. — Há dois meses, recebi mensagens veladas, que estavam angariando pessoas para cometer o homicídio.
O empresário conta que estava em casa quando soube do assassinato de seu sócio:
— Quando recebi a notícia, não acreditei. Achamos que era um assalto. Depois, pela quantidade de tiros, vimos que era execução.
O homem também lembrou a relação com Almeida e lamentou a morte:
— Ele era uma pessoa mil. Tudo que eu construí foi ao lado dele. Só quero que seja feita Justiça. Não quero nada que não seja dentro dos padrões legais — afirmou.
Depois do crime, a polícia prendeu um dos suspeitos. Foram apreendidos também veículos e duas pistolas, que seriam do mesmo calibre da arma que vitimou Almeida.
A investigação
O homem ouvido pela reportagem prestou depoimento na manhã desta sexta, afirmando que seria o alvo dos criminosos, conforme o titular da 3ª Delegacia de Homicídios da Capital, delegado Cassiano Cabral. Ele também teria apontado o suposto mandante do crime.
A Polícia Civil tem como principal linha de investigação a hipótese de que Almeida tenha sido assassinado por engano. As autoridades aguardam o resultado de laudos periciais para confirmar a autoria do crime.