O Instituto-Geral de Perícias (IGP) realiza por volta das 20h desta terça-feira (26) a reconstituição da morte de Thaiane Oliveira, 29 anos, ocorrida dia 24 de julho deste ano em Capela de Santana, no Vale do Caí. Ela foi morta pelo marido, que é policial militar. O objetivo da Polícia Civil é tentar confirmar a versão dele em depoimento, quando alegou que atirou por engano na esposa ao confundi-la com um assaltante.
O IGP informa que uma perita e um fotógrafo do órgão irão participar da reprodução simulada dos fatos, tradicionalmente chamada de reconstituição. Em um primeiro momento, a servidora irá ouvir o policial militar, que tem 31 anos, para depois simular ponto a ponto a ordem dos fatos, segundo a versão do marido, na residência do casal.
Tudo será acompanhado e registrado pelo fotógrafo e pela Polícia Civil. O Ministério Público e a defesa do brigadiano também foram convidados. Uma policial vai representar a vítima, e o local será todo isolado, inclusive terá as luzes apagadas.
Segundo o delegado Rodrigo Zucco, que investiga o caso, o PM alegou ter ouvido um barulho na cozinha durante a madrugada do dia 24 de julho. Ao chegar no local, viu uma luz de lanterna e atirou perante o silêncio após perguntar quem estava na residência. O investigado afirmou que estava muito escuro.
— A simulação será importante para nos mostrar se tinha como ele visualizar se era a Thaiane ou não. Queremos confirmar se o depoimento dele é compatível com o que foi apurado inicialmente pela perícia — explica Zucco.
O IGP diz que não tem prazo para concluir o trabalho, mas Zucco acredita que o tempo será de pelo menos duas horas. Além disso, ele destaca que todas as apurações feitas e depoimentos tomados não indicaram que havia briga ou ameaças envolvendo o casal.
Além da reconstituição, a polícia aguarda perícia nos celulares de Thaiane e do marido. Por enquanto, o caso é investigado como homicídio culposo, quando não há intenção de matar. No entanto, outras hipóteses ainda não foram descartadas, como por exemplo, feminicídio.