O ex-coordenador das categorias de base do Grêmio José Alzir Flor, 57 anos, foi preso nesta terça-feira (12) em Balneário Pinhal, Litoral Norte do Estado. Ele tem uma condenação de nove anos de prisão por abuso sexual envolvendo adolescentes entre 2008 e 2009, quando atuava nas categorias de base do clube. O Grêmio demitiu Flor em 2010. A Polícia Civil, responsável pela prisão, tenta capturá-lo desde 2016. No ano passado, houve buscas no Paraguai e, em outubro deste ano, em Santa Catarina.
O titular da Delegacia de Capturas do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), delegado Artur Raldi, diz que Flor foi localizado na casa de familiares, no litoral gaúcho. Em 2018, o jornal El País Brasil o localizou atuando nas categorias de base do 3 de Febrero, clube de futebol de Ciudad del Este. O Deic esteve nesta cidade, que faz fronteira com Foz do Iguaçu, para prendê-lo, mas ele já havia saído do local. No mês passado, uma equipe da Polícia Civil esteve em Lages, Santa Catarina, onde Flor, segundo relatos, estaria atuando em clube do município. Mas ele também não foi localizado na ocasião.
José Alzir Flor foi condenado por constrangimento mediante violência ou grave ameaça para cometer ato libidinoso, com os agravantes das vítimas serem adolescentes e do criminoso ter autoridade sobre elas. Flor foi demitido do Grêmio em 2010 após denúncias e investigação sobre o caso envolvendo pelo menos três adolescentes de 14 anos. Para o jornal El País Brasil, no ano passado, Flor negou as acusações, admitindo apenas que havia agredido um adolescente de 13 anos.
Contraponto
Segundo a defesa, Alzir é inocente das acusações. A advogada Mauren Hoffmann afirma que ele estava com a pena suspensa por uma liminar até outubro deste ano, quando houve julgamento de um recurso para revisão da pena. No processo, os desembargadores decidiram pela manutenção da pena por 3 votos a dois.
— Se houve dois votos favoráveis para ele ser absolvido só representa que há dúvida da pena e que ele é inocente — disse a advogada.
Ela ainda aguarda análise de recurso no Supremo Tribunal de Justiça (STJ) para suspender cumprimento da pena e pretende entrar com habeas corpus para soltar Alzir.