Um ex-coordenador das categorias de base do Grêmio é o principal suspeito de uma investigação de pedofilia na qual as vítimas eram meninos que sonhavam em ser jogadores do clube. O caso, denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP), começou a ser julgado na Vara da Infância e Juventude da Capital.
A mãe de uma das vítimas ouvidas no processo suspeitou de que algo estava errado quando, de uma hora para outra, seu filho não queria mais saber de futebol.
- O sonho do meu filho era chegar à Seleção - disse a mãe, em reportagem de Daniel Scola, da RBS TV.
As investigações começaram logo depois da participação das categorias de base do Grêmio em um torneio no Interior. Conforme testemunhas, o ex-coordenador José Alzir Flor da Silva, 58 anos, ficou no dormitório dos meninos e, durante a noite, teria cometido abusos. Um dos jogadores levou a denúncia ao clube.
Alzir tinha mais de 25 anos no Olímpico, boa parte desse tempo trabalhando com crianças e adolescentes. Conforme a denúncia, Alzir usaria o poder do cargo de definir o futuro profissional dos jovens. Quem não fizesse o que o ex-coordenador mandava, era colocado na reserva.
Foram constatados abusos contra três garotos de 11 a 13 anos, todos entre 2008 e 2009, mas pode haver mais vítimas. Isso porque o ex-coordenador também teria cometido abusos no alojamento do Estádio Olímpico, onde moram 80 meninos.
O funcionário foi demitido pelo presidente do Grêmio, Duda Kroeff, que considera o caso gravíssimo. Ele garantiu ter tomado medidas para que casos assim não se repitam.
Alzir deve responder pelos crimes de assédio sexual, maus-tratos e coação. Procurado no prédio onde mora, no centro de Porto Alegre, Alzir não foi encontrado. O advogado dele informou que seu cliente alega inocência.
Ex-funcionário do Grêmio deve responder por assédio sexual, maus-tratos e coação
José Alzir Flor da Silva, 58 anos, teria cometido abusos durante um torneio no Interior
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