A Polícia Civil deflagrou operação, na manhã desta quarta-feira (2), para desarticular uma quadrilha que atacou o Banrisul de Faxinalzinho, no norte do Rio Grande do Sul, no dia 9 de setembro. Na ocasião, os criminosos fizeram reféns e atiraram com fuzis contra a agência bancária e o quartel da Brigada Militar da cidade.
Mais de 40 agentes cumprem nove mandados de busca e seis de prisão em Erechim, Passo Fundo e Nonoai. Até as 9h, quatro pessoas haviam sido presas — duas com prisão preventiva e duas com prisão temporária decretadas. Os nomes dos detidos não foram divulgados. Dois alvos de mandados seguem sendo procurados.
A investigação começou em maio, já que o grupo é apontado por envolvimento em mais dois assaltos ocorridos em 2019. Neste período, segundo o delegado Diogo Ferreira, da Delegacia de Repressão de Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Passo Fundo, a polícia conseguiu evitar outros dois ataques a agências bancárias.
— Cumpre mencionar que boa parte dos integrantes da quadrilha não possui antecedentes policiais por roubos e que eles acabaram se unindo e pegando experiência com outros indivíduos que já praticavam este tipo de delito. Muitos deles estão, atualmente, presos ou mortos — explica Ferreira, afirmando ainda que a operação prossegue para identificar mais integrantes do grupo criminoso.
O delegado Gustavo Ceccon, da Draco de Erechim, que também participa da investigação e da operação, diz que os investigados se dividem em várias tarefas na busca de maior êxito nos assaltos. De acordo com ele, há integrantes que apenas invadem o banco, outros responsáveis pela cobertura, logística e fornecimento de suporte, bem como para possível resgate.
Ataque a banco
No dia do crime em Faxinalzinho, além de roubar o banco, os criminosos — armados com fuzis — deram vários tiros no prédio do Banrisul e no quartel da BM. A polícia acredita para evitar que fosse chamado reforço de alguma guarnição próxima na tentativa de evitar a fuga dos criminosos.
Além disso, eles levaram três reféns, liberando as vítimas minutos depois em uma estrada vicinal na área rural da cidade. Apesar da violência do grupo criminoso, policiais, clientes e funcionários do banco não ficaram feridos.
Na época do fato, houve várias buscas à quadrilha, inclusive com apoio da Polícia Militar de Santa Catarina, já que Faxinalzinho fica próximo à divisa com o Estado e distante cerca de 50 quilômetros de Chapecó. O município do norte gaúcho tem cerca de 2,5 mil habitantes. Os ladrões não foram encontrados na ocasião, mas a BM passou várias informações para a Polícia Civil sobre as primeiras identificações dos suspeitos. No mesmo dia do assalto, um caminhoneiro foi preso em barreira da BM na RS-406 porque ele transportava parte do dinheiro levado da agência, fuzis, coletes à prova de balas e fardas militares.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, no dia do ataque ao Banrisul, o prefeito de Faxinalzinho, Selso Pelin, declarou que a agência ficou destruída.