Uma barreira montada pela Brigada Militar (BM) após o assalto ao Banrisul de Faxinalzinho, no norte do Rio Grande do Sul, resultou na apreensão de dinheiro e armamento pesado, como fuzis, na tarde desta segunda-feira (9). A polícia garante que as armas foram usadas pela quadrilha envolvida no roubo e que a quantia encontrada era do banco atacado horas antes.
A blitz foi montada pelo Batalhão de Polícia de Choque (BPChoque) de Passo Fundo, que apoia os policiais da região no cerco após o assalto. Segundo os agentes, as armas — dois fuzis de calibre 5.56, uma espingarda calibre 12 e um revólver calibre 38 — estavam ao lado do motorista, na cabine do caminhão. Já o dinheiro, estava escondido em meio a leivas de grama, no baú do veículo. Também havia fardas militares, coletes à prova de balas e botas.
De acordo com o coronel Ricardo Alex Hofmann, comandante de policiamento da BM no norte do Estado, a barreira foi montada entre Nonoai e Herval Grande, na RS-406, na região conhecida como Goio-Ên. A suspeita do oficial é que a quadrilha tenha tentado fugir para Santa Catarina, mas percebeu a mobilização de policiais e mudou o trajeto.
— Ainda bem que a gente conseguiu a princípio pegar todas as armas de grosso calibre. Acredito que quase todo o dinheiro levado foi recuperado — declarou o oficial.
O comandante diz que havia "muito dinheiro" no caminhão — a contagem das cédulas, reunidas em maços de R$ 2, R$ 10, R$ 20 e R$ 50, chegou à R$ 151,8 mil. Conforme a Polícia Civil, o valor é compatível ao informado pelo banco.
A BM ainda não sabe se o preso participou diretamente do assalto ou somente dirigia o caminhão na fuga. O nome dele não foi revelado. Conforme o comandante, ele é de Sertão, cidade próxima de Passo Fundo, e possuía "poucos antecedentes criminais".
— Eles pensaram que a polícia militar não ia parar um caminhão. Fazer um assalto nesse nível e fugir em um caminhão. Como tínhamos a informação da inteligência, conseguimos ter sucesso na prisão. É nova essa estratégia de fugir assim — afrimou Hofmann.
Os brigadianos ainda procuram o restante da quadrilha. Um helicóptero auxilia nas buscas além de efetivo de várias cidades da região.
Ainda na tarde desta segunda, um segundo suspeito foi detido pela Brigada Militar. É um jovem, de aproximadamente 25 anos, que foi preso em casa, em Nonoai. Segundo a BM, denúncias levaram os agentes até o homem.
— Em tese, ele ajudou a montar todo o plano de fuga. Conseguimos a informação com informantes — disse o comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar, tenente-coronel Carlos Augusto da Cruz Soares .
Na delegacia, ele foi solto. Segundo o delegado Marino Franceschi, "não há elementos que possam levar ele a ser autuado em flagrante". Sem provas, o policial vai somente registrar em ocorrência a apresentação do homem e levar a informação para a unidade que irá investigar o roubo, a Delegacia de Polícia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Erechim.
Já o caminhoneiro, preso durante abordagem da Brigada Militar, foi encaminhado ao sistema prisional.
O roubo
Ladrões assaltaram uma agência do Banrisul em Faxinalzinho, município de 2,5 mil habitantes no Norte do Rio Grande do Sul, por volta das 11h desta segunda-feira (9). O crime levou pânico aos moradores: para invadir o banco, um grupo de pelo menos cinco criminosos atirou repetidas vezes para cima e em direção ao quartel da Brigada Militar (BM) — que fica ao lado da agência roubada.
Após invadir o banco, os criminosos renderam clientes e funcionários sob ameaça de armas e pegaram o dinheiro. Depois, conforme a BM, fugiram levando três reféns na caçamba de uma caminhonete.
De acordo com a prefeitura, os reféns foram liberados em uma estrada rural e voltaram de carona para o centro da cidade, por volta das 11h40min. Eles não foram feridos.
Apesar dos tiros contra o quartel, não havia nenhum policial de serviço, conforme a própria BM. As viaturas foram deslocadas do município de Nonoai — uma distância de aproximadamente 30 quilômetros. Até as 11h40min, ainda não haviam chegado policiais até o banco assaltado.
Em entrevista à Rádio Gaúcha, o prefeito de Faxinalzinho, Selso Pelin, declarou que a agência ficou destruída.
— É uma situação bem delicada, porque os policiais que trabalham aqui na cidade trabalharam ontem (8) em uma feira que se realizou em Herval Grande, município vizinho, e hoje a gente não tinha ninguém em plantão. A Brigada fica ao lado do Banrisul e esses indivíduos praticamente destruíram toda a agência — lamentou o prefeito, que falava da frente do banco assaltado.