A Justiça aceitou o pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul e determinou a internação definitiva do adolescente suspeito de atacar com machadinha alunos em uma escola de Charqueadas, na Região Carbonífera. Assim, o suspeito — que ficou internado provisoriamente por 45 dias — pode cumprir medida socioeducativa por até três anos — passando por reavaliações durante o período.
O jovem foi responsabilidade por tentar matar 21 colegas, além de um professor. O ato infracional é análogo ao crime de tentativa de homicídio qualificado, com uso de explosivo e recurso que dificultou a defesa das vítimas.
Conforme investigação policial, o adolescente invadiu a escola, jogou um coquetel molotov em uma sala de aula e só parou quando foi contido por um professor. Em depoimento, ele disse que sofria bullying de um colega. No entanto, foi apurado que ele mentiu no interrogatório e seu desafeto não existia. A informação foi confirmada através de perícia no celular dele, onde ele planejou o atentado. No inquérito, o delegado Marco Schalmes, aponta que ele abriu uma conversa sozinho no WhatsApp, onde fazia anotações.
Ainda segundo Schalmes, o jovem planejava cometer suicídio depois de realizar o ataque.
— Na minha conclusão, ele queria deixar um legado, algo para as pessoas lembrarem dele, já que era um sujeito isolado socialmente — disse o delegado.
O caso
O adolescente de 17 anos invadiu o Instituto Estadual Educacional Assis Chateaubriand e atacou alunos com golpes de machadinha. O crime ocorreu em 21 de agosto, em Charqueadas, na Região Carbonífera. Três alunos, entre 12 e 14 anos, foram feridos e receberam atendimento no hospital da cidade.
O jovem portava uma mochila e combustível. Assim que chegou na escola, por volta das 13h,ele atirou um coquetel molotov em uma sala e iniciou o ataque.
O professor de educação física, Juliano Mantovani, conseguiu derrubar o adolescente e impedir que continuasse o atentado.
Após sair da escola, o adolescente fugiu e foi encontrado na casa do pai. Ele foi encaminhado para a delegacia da cidade e internado na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Fase), onde vai cumprir medida socioeducativa.