Suspeito de ter assassinado a modelo gaúcha Isadora Viana Costa, 22 anos, em maio de 2018, Paulo Odilon Xisto Filho voltou para a prisão nesta segunda-feira (26), em Imbituba (SC). A detenção foi decretada na última sexta-feira (23), pelo Tribunal de Justiça (TJ) de Santa Catarina, após o Supremo Tribunal Federal (STF) cassar o habeas corpus que garantia a liberdade do réu.
A jovem de 22 anos teria sido vítima de feminicídio no dia 8 de maio de 2018, com trauma abdominal. O homem — que ficou preso por quatro meses — estava em liberdade há nove e se apresentou nesta segunda.
A informação sobre a prisão foi confirmada pelo advogado de Odilon, Aury Lopes Jr., que afirma que irá recorrer da decisão. Para a defesa, o retorno ao sistema prisional não se justifica e é "absolutamente desnecessário" já que o suspeito está em liberdade há mais de nove meses, trabalha e não teria registro de delitos nesse período.
Em fevereiro deste ano, o 1º grau decidiu que o réu deveria ser julgado pelo Tribunal do Júri. A defesa recorreu e pediu ao TJ a absolvição do réu, alegando que a modelo não teria sido assassinada, mas, sim, cometido suicídio. A tese não foi aceita pelo TJ, que manteve o júri.
O caso
Conforme a denúncia do Ministério Público, Paulo Odilon teria assassinado Isadora por motivo fútil. Acreditando que o namorado havia sofrido uma overdose, a jovem de Santa Maria acionou a irmã dele. O oficial de cartório, então, teria se revoltado, pois escondia da família que usava drogas. Ele, então, teria agredido Isadora, provocando sua morte, segundo a denúncia.
Ele também foi acusado pelo MP de fraude processual, por ter modificado a cena do crime lavando lençóis e toalhas, retirando garrafas de bebidas alcoólicas do local, espalhando comprimidos de remédios controlados pela residência e inserindo cobertores e malas na cama na qual estava a vítima.
A defesa do oficial de cartório contesta a acusação e sustenta que a vítima morreu devido a uma parada cardíaca, provocada por consumo de cocaína.