O Tribunal de Justiça (TJ) de Santa Catarina decretou, nesta sexta-feira (23), a prisão preventiva do oficial de cartório Paulo Odilon Xisto Filho pelo assassinato da modelo gaúcha Isadora Viana Costa, 22 anos, em Imbituba (SC). O crime ocorreu em maio de 2018.
A prisão foi decretada após o Supremo Tribunal Federal cassar o habeas corpus concedido que garantia a liberdade do réu. O advogado Aury Lopes Jr afirma que recebeu a informação com surpresa e que a "prisão é absolutamente desnecessária" e não possui nenhuma atualidade. A defesa ainda alega que Xisto está em liberdade há mais de nove meses trabalhando e nenhum problema foi registrado no período. Aury Lopes vai recorrer da decisão.
Em fevereiro deste ano, o 1º grau decidiu que o réu deveria ser julgado pelo Tribunal do Júri. A defesa recorreu e pediu ao TJ a impronúncia e a absolvição do réu, alegando que a modelo não teria sido assassinada, mas, sim, cometido suicídio. A tese não foi aceita pelo TJ, que manteve o júri.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, Paulo Odilon teria matado Isadora por motivo fútil: acreditando que o namorado havia sofrido uma overdose, Isadora acionou a irmã dele. Ainda conforme o MP, o oficial de cartório revoltou-se, pois escondia da família que usava drogas. Ele, então, teria agredido a jovem, provocando a morte dela.
Ele ainda foi acusado de fraude processual, por ter modificado a cena do crime lavando lençóis e toalhas, retirando garrafas de bebidas alcoólicas do local, espalhando comprimidos de remédios controlados pela residência e inserindo cobertores e malas na cama na qual estava a vítima.
A defesa do oficial de cartório contesta a acusação e sustenta que a vítima morreu vítima de parada cardíaca provocada por consumo de cocaína.