A Polícia Civil acaba de pedir a prisão temporária de seis homens suspeitos da autoria da chacina que deixou cinco mortos e quatro feridos em Mostardas, litoral gaúcho, na madrugada do dia 10. As investigações apontam que os autores são ligados a uma facção criminosa oriunda da zona leste de Porto Alegre e teriam cometido o crime por disputa ligada ao tráfico de drogas. Os nomes dos envolvidos não são divulgados para não prejudicar as investigações.
A chacina aconteceu na boate Solidão, situada às margens da rodovia RSC-101, 60 quilômetros ao sul do centro de Mostardas. Conforme testemunhas, os atiradores chegaram mascarados, mandaram baixar o volume do som e dispararam primeiro contra uma das mulheres, e, depois, contra outros frequentadores da danceteria. Foram encontrados pelo menos três tipos de munição.
O ataque a tiros deixou três homens e duas mulheres mortos. Outras quatro pessoas, dois homens e duas mulheres, ficaram feridos. Dos nove baleados, quatro são investigados por supostas ligações com outros crimes. Os demais foram atingidos por estarem no lugar errado, na hora errada, conforme a Polícia Civil.
A identidade dos atiradores começou a ser desvendada a partir de vídeos que os próprios autores divulgaram nas redes sociais, mencionando a facção a qual estão filiados. Eles filmaram os momentos que antecederam os ataques - exibindo armas, munição e símbolos da facção - e também toda a chacina. Nos áudios é possível ouvir nomes e apelidos de participantes do ataque.
Alguns dos supostos mandantes do crime estão na Penitenciária Modulada de Osório. Foram também solicitadas à Justiça escutas telefônicas e rastreamento de celulares dos suspeitos.
O ataque seria vingança por vários episódios envolvendo venda de drogas. As investigações apontam que a boate era utilizada como ponto por traficantes. O episódio também passa por desacertos referentes à morte de uma motorista de aplicativo que trabalharia com o tráfico. Integrantes da facção teriam brigado, após o assassinato da mulher, e o racha fez com que parte da quadrilha migrasse para uma facção rival, originária do Vale do Sinos.
Os pedidos de prisão envolvem não só criminosos do Litoral, mas também de outras regiões.