Uma das principais hipóteses investigadas pelos policiais para a chacina que deixou cinco mortos e quatro feridos em Mostardas é o desacerto entre duas facções da Região Metropolitana, hoje presentes na área litorânea onde aconteceu o crime. Conforme policiais que trabalham na região, uma violenta facção da Zona Leste de Porto Alegre estaria em disputa com outra, do Vale do Sinos, tendo como alvo o controle de atividades ilegais no Litoral, entre as quais tráfico de drogas e prostituição. Entre os locais que são ambicionados pelas quadrilhas, pelo dinheiro e clientela envolvidos, estão boates.
O ataque aconteceu na Boate Solidão, situada às margens da RSC-101 (próximo ao Farol da Solidão). Conforme testemunhas, os atiradores chegaram mascarados, mandaram baixar o volume do som e dispararam primeiro contra uma das mulheres, depois contra outros frequentadores da danceteria. Foram encontrados pelo menos três tipos diferentes de munição.
Os alvos tanto podem ser frequentadores da Boate Solidão como pessoas que trabalham ali ou proprietários, pondera um experiente policial que participa das investigações:
- Ninguém chega atirando assim a esmo. Tinha alvo e resta saber qual era o objetivo.
Tiroteio na madrugada
O ataque a tiros deixou três homens e duas mulheres mortos na danceteria, na localidade de Solidão, a cerca de 60 quilômetros do centro de Mostardas. Outras quatro pessoas ficaram gravemente feridas. O crime ocorreu por volta da 1h deste sábado (10).
Conforme informado pela Brigada Militar, que atendeu a ocorrência, morreram no local Bruna Jaqueline dos Santos Dutra, Guilherme Lemos Costa, José Antonio Colares Machado, Marcelo Marques da Silva e uma mulher com identidade ainda não confirmada.
Dois homens e duas mulheres ficaram feridos e foram levados para Porto Alegre, onde estão internados em diferentes hospitais, em estado grave.
A boate Solidão foi inaugurada em 30 de janeiro deste ano. Pertencia a uma mulher, que não foi encontrada pelos policiais após o tiroteio. Os celulares das vítimas foram levados pelos atiradores. A comerciante tinha outra boate na mesma localidade, mas reformulou os negócios e montou a nova danceteria às margens da RSC-101, principal estrada que liga os litorais Norte e Sul do RS. É considerada peça-chave para tentar entender as motivações da chacina.