Palco do mais recente massacre do sistema carcerário, o Centro de Recuperação Regional de Altamira tem a maioria dos seus presos sem julgamento. O levantamento é da Defensoria Pública do Pará e não inclui a situação jurídica dos 62 internos mortos.
Atualmente, há 206 internos no presídio, parcialmente incendiado durante a rebelião da última segunda-feira (29). Desses, 120 são provisórios, 69 foram condenados e 17 têm tanto condenação quanto processos não julgados.
Na terça-feira (30), a reportagem solicitou à Secretária de Segurança Pública do Pará perfil dos presos mortos, mas não obteve resposta até a conclusão deste texto. A necropsia dos mortos foi concluída pelo Instituto Médico Legal (IML) — ou seja, já foi feita a coleta de material genético, mas apenas 27 corpos haviam sido liberados após a identificação.
Nesta quinta-feira (1º), o caminhão frigorífico com os corpos foi levado a um quartel da Polícia Militar (PM) por questões de segurança e para desobstruir a rua. A unidade tem capacidade para 208 internos, mas abrigava cerca de 300 presos quando houve a rebelião.
Uma inspeção do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) no ano passado classificou as instalações como "péssimas". Além de superlotada, avaliou que "o quantitativo de agentes é reduzido frente ao número de internos custodiados".