Quatro detentos que sobreviveram ao massacre no presídio de Altamira foram assassinados por asfixia durante a transferência. Eles faziam parte de um grupo de 30 detentos a caminho até a cidade de Marabá, a 600 quilômetros de distância.
As mortes só foram descobertas na chegada a Marabá. De acordo com o governo estadual, os quatro mortos integravam a mesma facção criminal. São eles: Dhenison de Souza Ferreira, José Ítalo Meireles Oliveira, Valdenildo Moreira Mendes e Werik de Sousa Lima.
Segundo nota do governo do Pará, assinada por Helder Barbalho (MDB), as mortes ocorreram dentro de um caminhão de transporte de presos entre as 19h de terça-feira (31) e a 1h desta quarta (31). Eles viajavam algemados e estavam divididos em quatro celas.
O governo transferiu 46 presos após o massacre ocorrido no presídio de Altamira. Desses, 10 irão a presídios federais fora do Pará.
Com as novas mortes, sobe para 62 o número de vítimas em decorrência da rebelião da última segunda-feira (30).
Guardados de forma improvisada em um caminhão frigorífico sob o sol amazônico, os corpos estão se decompondo em meio à dificuldade para identificar as vítimas. Foram 16 pessoas esquartejadas e 41 carbonizadas.
Por falta de espaço, os cadáveres estão sendo exumados sob uma tenda improvisada e sem refrigeração no pátio do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves — o equivalente paraense do IML, sob gestão estadual. O mau cheiro vem principalmente quando os peritos abrem a porta do caminhão.
O presidente Jair Bolsonaro comentou a morte dos presos durante a transferência. De acordo com ele, isso são problemas que "acontecem".
— Com toda a certeza, deveriam estar feridos, né? É como uma ambulância quando pega uma pessoa até doente, no deslocamento, ela pode falecer — disse Bolsonaro. — Pessoal, problemas acontecem, está certo? — ressaltou.