Correção: os órgãos do menino foram doados para duas crianças e um adulto, e não para três crianças, como publicado entre 12h20min de 29 de julho e 6h26min de 30 julho de 2019. O texto foi corrigido.
Os órgãos do menino de quatro anos que morreu após ser baleado durante tiroteio em Cristal, no sul do Estado, no dia 17 de julho, foram doados para duas crianças e um adulto. Os nomes são mantidos em sigilo para não expor doador e transplantados, mas GaúchaZH obteve a informação de que fígado, rins e pulmões foram doados — o coração, contudo, não teve doador compatível.
O menino foi atingido por três tiros quando o carro em que estava teria furado uma barreira da Polícia Federal (PF) na cidade de Cristal. A corporação estava no local para tentar prender suspeitos que resgatariam bandidos que haviam assaltado um banco no município de Dom Feliciano.
Dois veículos não pararam na barreira da PF. Duas mulheres, uma delas a mãe do menino, morreram no local.
O pai da criança, que estava em prisão domiciliar, foi baleado e, após receber atendimento médico, foi mantido sob custódia da polícia. Um dia depois, ele foi encontrado morto na cela da Superintendência da PF em Porto Alegre.
A família estava em um dos automóveis. No outro, estava Alinne Pirola, 25 anos, que também morreu no local da barreira, e a filha dela, de dois anos, que teve apenas ferimentos leves.
A PF segue investigando os dois fatos por meio da Corregedoria — a ação policial e a morte do preso — e o Ministério Público Federal (MPF) também apura a conduta dos agentes. Não foram informados detalhes sobre as investigações.
Sobre a doação dos órgãos, a Secretaria Municipal da Saúde de Porto Alegre não se manifesta para evitar a exposição dos transplantados.