As roupas de vítimas de uma série de ataques na zona sul de Porto Alegre serão periciadas para tentar identificar o líquido que provocou queimaduras. A substância foi arremessada sobre as pessoas enquanto elas caminhavam na rua. Os cinco casos que chegaram à 13ª Delegacia de Polícia (DP) ocorreram entre a noite de quarta-feira (19) e a manhã de sexta-feira (21). Até o momento, nenhum suspeito foi identificado.
Segundo o delegado Luciano Coelho, as vestes serão encaminhadas ao Instituto Geral de Perícias (IGP) na segunda-feira. O objetivo é tentar descobrir que tipo de substância foi empregada nos ataques. As vítimas desses cinco casos são quatro mulheres e um homem.
— Ainda não sabemos que líquido é esse. Pressupõe-se que é algum tipo de ácido. O efeito da queimadura é instantâneo. Em um dos casos, as lesões foram mais graves porque atingiu o rosto da vítima — relata o delegado.
Também na segunda-feira, três vítimas deverão ser ouvidas na 13ª DP para tentar colher mais detalhes que possam auxiliar na identificação do autor dos crimes. No primeiro caso registrado, na noite de quarta-feira, na Rua Santa Flora, no bairro Nonoai, o criminoso estava em uma bicicleta. Ele se aproximou da vítima e jogou o líquido sobre ela. Nos outros quatro ataques, ocorridos na manhã de sexta-feira, na mesma rua e também na Rua Francisca Bolognese, no bairro Hípica, os arremessos teriam sido feitos de dentro de um veículo branco. O autor estaria sozinho dentro do carro.
— Uma das vítimas relatou que ele passou devagarinho com o carro próximo da calçada. Ela pensou que seria assediada. Mas ele jogou o líquido na direção dela — explica Coelho.
Segundo o delegado, uma imagem de câmera de segurança foi coletada de uma residência e está sendo analisada pelos policiais. O veículo foi identificado como um HB20 – no entanto, não foi possível descobrir a placa até o momento.
Informações que possam levar ao autor dos crimes devem ser repassadas à 13ª DP pelo telefone 51-3242-1108. Ainda conforme o delegado, o criminoso deverá responder por lesão corporal.
Polícia acredita que seja o mesmo autor
Embora em um dos casos o criminoso estivesse de bicicleta, o delegado acredita que o mesmo autor tenha cometido os crimes. A semelhança na forma dos ataques leva a polícia a suspeitar que ele tenha passado a usar outra forma de locomoção na manhã de sexta-feira, quando fez quatro vítimas em sequência.
– Acredito que se trata da mesma pessoa. Estamos apurando – relatou o delegado Luciano Coelho neste sábado.
Além do modo de ataque, no qual gritou "olha a água", antes de atingir as vítimas, e em seguida arremessou um líquido ácido, o autor agiu contra pessoas que estavam sozinhas caminhando na calçada. Em todos os casos, não há vínculo entre o criminoso e as vítimas. Nem mesmo ligação entre as pessoas atacadas. Ou seja, elas foram escolhidas de forma aleatória.
Segundo o delegado, não foi possível fazer um retrato falado do suspeito porque os elementos descritos pelas testemunhas ouvidas na 13ª DP não eram suficientes. Na segunda-feira, quando as demais prestarem depoimento, a polícia espera conseguir mais detalhes.
– As três pessoas com quem conversamos não têm elementos suficientes para o retrato. A ação foi muito rápida – afirmou o delegado.