A Polícia Civil realizou, na manhã desta quinta-feira (6), ofensiva contra uma facção criminosa – com base na zona norte de Porto Alegre – que realizava roubos de veículos e a bancos e joalherias no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O homem apontado como líder do grupo, preso em 2016 no Paraguai, está em um presídio federal e é suspeito de envolvimento em 25 assassinatos.
José Dalvani Nunes Rodrigues, o Minhoca, já foi alvo de outras duas operações e, em uma delas, no fim de 2017, teve R$ 6,4 milhões apreendidos em contas bancárias ou em bens adquiridos.
Nesta quinta, a chamada Operação Cartel foi coordenada pela Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco) de Canoas e contou com 80 policiais. Foram cumpridos nove mandados de busca e sete de prisão na Capital, a maioria no bairro Mario Quintana.
Houve ainda um mandado de prisão preventiva cumprido fora do Estado, no presídio federal onde está Minhoca. As outras ordens judiciais eram de prisão temporária, sendo uma delas contra um homem que seria o responsável por fazer a clonagem de veículos para o grupo.
Até as 8h30min, sete pessoas haviam sido detidas – os nomes delas não foram divulgados. Um dos presos é apontado como principal "braço-direito" do líder do grupo.
O Ministério Público também acompanhou a ofensiva para apurar lavagem de dinheiro por parte do grupo investigado.
Investigação
O delegado Thiago Lacerda, responsável pelo caso, diz que a investigação inicial é do final de 2016, tendo algumas interrupções, mas que foi intensificada nos últimos meses. Conforme ele, tudo começou com o roubo de um veículo, em Canoas, que posteriormente foi encontrado no bairro Mario Quintana, na zona norte da Capital.
Segundo Lacerda, o objetivo com os crimes era capitalizar o tráfico de drogas e aumentar o "patrimônio" da facção, já que parte do dinheiro era investida em carros e imóveis ou depositada em mais de cem contas bancárias em nome de laranjas.
No período da investigação, foram comprovados pelo menos 30 roubos de veículos na Região Metropolitana, um sequestro, seis ataques a bancos desde 2017 – quatro em Santa Catarina e dois no Rio Grande do Sul (Parobé e Nova Hartz) –, além de roubos a joalheria e supermercado. Em alguns casos, os criminosos atiraram contra postos policiais e contra as agências, além de explodir alguns estabelecimentos.
Ao todo, foram identificadas 19 suspeitos de integrar esquema criminoso, sendo que dois morreram durante a investigação. Uma delas era Anderson da Silva Santos, conhecido como Bozo, morto pela polícia catarinense após ataque a banco no Estado vizinho.
— Ele era o braço-direito do Minhoca — diz Lacerda.