Agentes da 13ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre já analisaram dezenas de imagens e, na manhã desta segunda-feira (24), buscaram outras com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) para identificar o homem que atacou com líquido ácido pelo menos cinco pessoas na zona sul da Capital.
Os policiais já conseguiram constatar que o homem agiu sozinho, mas os vídeos não tinham boa definição e não mostram a placa do automóvel usado por ele. O objetivo agora é analisar imagens do trajeto feito pelo criminoso entre os ataques realizados na última sexta-feira, entre os bairros Hípica e Nonoai.
O delegado Luciano Coelho diz ainda que foi apurado que o suspeito tem conhecimento dos locais onde agiu.
— No primeiro caso, às 23h30min de quarta (dia 19), ele ficou uma hora parado na rua (Santa Flora) esperando por uma vítima. Está na cara que ele sabia que esse exato ponto fica fora do alcance das câmeras e, por isso, acreditamos que foi premeditado. Por qual razão? Bem, isso ainda temos que ver — explica.
No primeiro ataque, que vitimou uma mulher, o criminoso usava uma bicicleta. Depois, segundo o delegado, passou a usar um HB20 branco.
Na sexta-feira (21), na Rua Francisca Prezi Bolgnesei, no bairro Hípica, o homem atacou um adolescente de 17 anos e uma agente penitenciária, quando ambos saiam de casa para trabalhar. Em depoimento, a mulher disse que viu apenas uma pessoa no veículo e encaminhou à polícia algumas imagens — que não têm boa resolução, mas que mostram o carro com o vidro aberto e, em princípio, o motorista segurando uma garrafa.
Novas imagens
No mesmo dia, o homem voltou para a Rua Santa Flora e jogou a substância em mais duas mulheres, no mesmo ponto do primeiro ataque — ou seja, em um ponto fora do alcance das câmeras. Com as imagens da EPTC, o delegado Coelho espera verificar a placa do carro em alguma rua no trajeto entre a Hípica e o Nonoai.
Segundo ele, todas essas pequenas informações estão sendo reunidas para traçar um perfil do suspeito.
— Nunca vi caso igual. No início, até poderia ser um grupo de arruaceiros, mas cada vez mais, após depoimentos e imagens, tudo leva a crer que se trata de uma pessoa com transtornos, com algum trauma e que age sem algum motivo aparente — ressalta Coelho, que trabalha há 38 anos na Polícia Civil.
Não há relatos de novos ataques depois de sexta-feira. Na tarde desta segunda, irão depor o adolescente e a última mulher que foram atacados.
Após os cinco depoimentos, as roupas das vítimas serão reunidas e encaminhadas para perícia. Ainda não se sabe que tipo de líquido foi usado nos ataques e nenhuma das pessoas feridas têm algum vínculo — teriam sido escolhidas de forma aleatória.