Duas semanas depois de realizar uma grande operação de combate a crimes financeiros no Rio Grande do Sul, a Polícia Federal (PF) gaúcha se reúne para projetar os trabalhos em 2019.
Desde terça-feira (4) e até quinta (6), cerca de 130 delegados, agentes, peritos, escrivães, papiloscopistas e servidores administrativos das 13 delegacias do RS e da Superintendência da instituição, que fica em Porto Alegre, discutem em Santa Cruz do Sul melhorias administrativas e operacionais. O último encontro desse porte da instituição no RS ocorreu em 2010, em Santa Maria.
Diante dos avanços das tecnologias na iniciativa privada, inclusive contribuindo para prática de crimes, o assunto está entre os amplamente debatidos pelos policiais.
– O setor público tem que ter a sensibilidade de verificar que essas mudanças estão ocorrendo e procurar caminhos e alternativas para se adaptar a essas modificações e prestar um serviço cada vez melhor à sociedade gaúcha e brasileira – ressalta o superintende da PF no RS, delegado Alexandre Isbarrola.
Outra máxima, segundo Isbarrola, é "fazer mais com menos". A regionalização de atividades da PF também está entre as metas da instituição para acelerar, por exemplo, a tramitação de inquéritos policiais.
– É importante o aprimoramento administrativo da gestão administrativa do órgão em nível regional. Com isso haverá a potencialização das nossas atividades operacionais, em especial, para fazer um enfrentamento cada vez maior e melhor das organizações criminosas – destaca o delegado.
Na prática, as delegacias regionais deverão participar mais de operações nacionais e estaduais, evitando a concentração de demandas em Porto Alegre.
– São pessoas de diferentes unidades que serão designadas para compor uma equipe regional – explica Isbarrola ao dizer que, com as novas tecnologias, os policiais não precisam conduzir determinadas atividades no mesmo local em que elas estão ocorrendo.
A otimização de investigações com o uso de ferramentas tecnológicas também é citada como fundamental pelo superintendente.
– Essas ferramentas serão importantes para que a gente possa acelerar o andamento dos inquéritos e, para além disso, ter uma especialização cada vez maior dos nossos agentes e, com isso, ter uma prova e uma produção e tramitação do inquérito cada vez mais célere e com mais qualidade – destaca.
Isbarrola faz questão de frisar a importância cada vez maior da integração entre órgãos públicos para conseguir fazer frente às grandes organizações criminosas. Um dos exemplos foi a Operação Egypto, deflagrada em 21 de maio, que foi um trabalho conjunto da PF, Receita Federal e Ministério Público Federal (MPF).
– Uma integração cada vez maior com os demais órgãos para que a gente tenha uma potencialização da nossa força de trabalho. Com isso, a gente consegue fazer trabalhos mais complexos, num prazo menor e com uma maior qualidade — conclui Isbarrola.
O encontro da PF gaúcha ocorre até quinta-feira (6), na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), em Santa Cruz do Sul.