A Polícia Federal realizou, nesta terça-feira (11), a Operação Cartão Vermelho, que mira uma quadrilha que teria movimentado mais de R$ 500 mil por mês com a venda de armas e drogas, além de roubos e exploração de jogos proibidos na cidade de Santa Cruz do Sul, no Vale do Rio Pardo. Entre os investigados está um homem suspeito de se passar por jogador de futebol profissional para justificar quase R$ 30 mil em espécie apreendidos com ele.
Os alvos são investigados por tráfico de drogas, lavagem de capitais, sonegação fiscal e organização criminosa. Foram cumpridos dois mandados de prisão, com a detenção de um casal que seria responsável por movimentações bancárias de altos valores, para os Estados de São Paulo, Mato Grosso do Sul e Paraná. Um dos detidos é Wagner da Silva Ribeiro, 28 anos, já condenado e que estava cumprindo prisão domiciliar. Ele foi preso por descumprir o perímetro autorizado pela tornozeleira eletrônica, instalada em 31 de maio, na nova leva de equipamentos adquiridas pelo Estado.
Um terceiro mandado de prisão foi expedido, mas o alvo não foi encontrado. O homem não localizado foi quem inspirou o nome da operação: em uma abordagem, em outubro de 2018, ele se declarou jogador de futebol profissional, justificando que os R$ 28 mil apreendidos em seu carro eram de pagamentos dos clubes em que atuava. De acordo com o delegado da PF em Santa Cruz do Sul, Mauro Lima Silveira, ele dificilmente conseguiria comprovar a renda pela média paga pelos clubes na região.
— Ficou comprovado que ele jogava na várzea e, pelo que investigamos, teria que jogar até uns 60 anos de idade pra juntar esse dinheiro todo — estima.
O valor apreendido em outubro foi depositado em uma conta judicial, até que se comprovasse a origem.
A Polícia Federal deve acionar a Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol), pois a suspeita é que o foragido tenha se refugiado no Paraguai. Foram encontrados mais de 10 automóveis em nomes dos investigados ou de pessoas ligadas à quadrilha. Ainda segundo a Polícia Federal, o trio investigado nesta terça-feira é ligado a uma facção que foi alvo em outra operação, há cinco meses, também em Santa Cruz do Sul. Na ocasião, o suspeito de ser o operador financeiro do grupo, Cássio Alves dos Santos, 30 anos, foi capturado em uma cobertura triplex no município. O imóvel, com piscina privativa e banheira de hidromassagem, foi avaliado em mais de R$ 1 milhão.
A operação Cartão Vermelho teve o apoio da Polícia Civil e da Brigada Militar, envolvendo mais de 50 policiais. Além dos três mandados de prisão, também foram cumpridos cinco de busca e apreensão.