Policiais civis fazem operação na manhã desta sexta-feira (5) para combater uma quadrilha que tenta dominar o comércio de entorpecentes no bairro Mathias Velho, em Canoas, e traficar drogas para toda a Região Metropolitana. Conforme os investigadores, o grupo, formado por pelo menos 12 pessoas, cobra uma espécie de "pedágio" de traficantes menores que queriam vender drogas no bairro. Ninguém foi preso.
Segundo o delegado Thiago Carrijo, que coordena a operação, a quadrilha que se instalou recentemente na região é dissidente de uma facção e tenta se consolidar no bairro. Os traficantes menores precisariam pagar uma taxa que era recolhida semanalmente, e a droga só pode ser fornecida pela quadrilha.
— Os menores acabavam se submetendo a isso. Ou se submete, ou morre. A quadrilha lucrou quase R$ 500 mil nos últimos meses — afirma o delegado.
São cumpridos cinco mandados de busca e apreensão em Canoas e em São Leopoldo. Um dos locais onde a polícia foi buscar provas é a casa do homem apontado como líder da quadrilha, que destoa das outras do bairro pelo tamanho, monitoramento eletrônico, portão eletrônico e cerca elétrica. Dentro do local, foi encontrada uma porta de aço que separa o primeiro do segundo andar:
— É uma verdadeira fortaleza. A porta de aço separava o primeiro do segundo andar para evitar surpresas, como ataques ou ações da polícia. Quando chegamos, a quadrilha não estava no local, mas os indícios é de que haviam saído há poucas horas. Eles estão sempre em alerta — relata o delegado.
Segundo a polícia, foram apreendidos elementos que "indicam a materialidade do tráfico de drogas", como máquina para contar dinheiro e anotações com a quantidade de dinheiro recebido. A Operação Feudo tem este nome em referência ao feudalismo, sistema que predominou durante a Idade Média em que os senhores feudais eram os donos das terras.