Um homem de 56 anos foi indiciado por matar a companheira de 30 anos, em Santa Maria, na região central do Estado, em 4 de março. Ele foi preso preventivamente nove dias após a morte de Quelem de Medeiros da Rosa, escondido na casa de um familiar no interior de Jari, na mesma região. O inquérito foi concluído nesta quarta-feira (20) e encaminhado à Justiça.
Em depoimento à polícia, o homem — que não teve o nome divulgado — confirmou que agrediu a companheira, mas alegou que era Quelem que estava portando a faca. Conforme a delegada Elizabeth Shimomura, responsável pela investigação, o preso afirmou que, antes das facadas, o casal havia consumido drogas.
— Ele não lembra se esfaqueou a vítima ou se ela se esfaqueou — comenta a delegada.
Quelem foi golpeada no peito e nas costas. Ainda ferida, a mulher conseguiu sair da residência e gritar por ajuda, mas não resistiu e morreu na rua. Após o crime, o homem fugiu com a filha do casal de dois anos, que foi deixada com conhecidos dele.
Após a prisão, ele foi encaminhado para o Presídio de Júlio de Castilhos. Conforme a delegada, ele foi indicado por feminicídio, quando a morte de uma mulher ocorre por condições de gênero.
Histórico de violência
Há três registros anteriores de agressão contra Quelem. O primeiro deles foi registrado em 2003, quando ela foi atingida por um golpe de facão desferido pelo companheiro. Na época, teve lesões no olho direito e nos seios.
Passados 15 anos, o homem novamente investiu contra a mulher ao tentar espancá-la com uma chave de roda em janeiro de 2018. Ela conseguiu fugir, sem se machucar. No mês seguinte, a mulher foi agredida com golpes de pé de cabra. Após as agressões, Quelem conseguiu uma medida protetiva, que acabou expirando em agosto do ano passado.
Segundo a vizinhança, os dois tinham reatado recentemente e estavam morando juntos. Além da menina de dois anos, a mulher tinha um outro filho, adolescente, que não teve a idade confirmada pela polícia.