O julgamento do caso Bernardo no fórum de Três Passos, no noroeste do RS, chegou ao seu quarto dia nesta quinta-feira (14). Confira os destaques do dia:
PARA LER EM DOIS MINUTOS
Nesta quinta-feira (14) depusarem as rés Graciele Ugulini, madrastra de Bernardo, e Edelvânia Wirganovicz, e seu irmão, também réu no processo, Evandro Wirganovicz.
Chorando muito, Graciele manteve a versão de que o marido, Leandro, não soube da morte do filho, e declarou querer apenas o perdão dele. Admitiu ter dissimulado ao participar das buscas pelo menino mesmo sabendo que ele já estava morto, mas afirmou várias vezes que a morte "foi um estúpido acidente". Confira detalhes do depoimento
Edelvânia disse que pegou o macaco do carro e a chave de roda para cavar o buraco para enterrar o corpo. Chorando muito, inocentou o irmão Evandro. Quando a juíza daria início aos questionamentos dos promotores, passou mal e desmaiou, e a sessão foi interrompida. Veja detalhes do depoimento
Último dos quatro réus a ser ouvido, Evandro Wirganovicz falou por menos de uma hora e negou envolvimento no crime e disse que não conhecia "esse outro lado" da irmã. Confira o depoimento
Nesta quinta, Promotoria apresentou tese de acusação por quatro horas, mesmo tempo que as defesas. Os promotores pediram condenação de todos os réus com pena máxima. Confira
As defesas de Leandro Boldrini e Graciele Ugluni já se pronunciaram: a do pai sustentou que ele foi enganado pela mulher. Já o advogado da madrasta pediu que o crime seja desclassificado para homicídio culposo, ou seja, quando não há intenção de matar. A defesa de Edelvânia disse que o Ministério Público tem "as mãos sujas de sangue" e pediu que ela seja condenada por ocultação de cadáver e não por homicídio. O advogado de Evandro disse que seu cliente "caiu de paraquedas no processo" e que não há provas contra ele. Confira
PARA LER EM CINCO MINUTOS
A sessão do júri com depoimento de Graciele Ugulini, madrasta de Bernardo Uglione Boldrini, lotou o Fórum de Três Passos. A mulher acusada de ter planejado e matado o menino chorou durante quase todo o depoimento e manteve a versão de que o marido, Leandro Boldrini, não soube da morte do filho.
Admitiu ter dissimulado ao participar das buscas mesmo sabendo que o menino já estava morto por se sentir pressionada, mas afirmou não ser "esse monstro" e que a morte de Bernardo foi um "estúpido acidente", já que, segundo ela, o menino teria tomado medicamentos que estavam na sua bolsa:
— Não vi se ele tomou. Ele sabia tomar o remédio.
Terceira ré a ser interrogada no julgamento, Edelvânia Wirganovicz disse que a amiga Graciele não gostava de Bernardo e dizia que ele era rebelde e temia que machucasse a irmã. Sobre o dia 2 de abril de 2014, quando as duas teriam comprado pá, soda cáustica e o medicamento Midazolam, ela disse que Graciele foi a Frederico Westphalen para encontrar um amante.
Voltou a defender o irmão Evandro, acusado de ter aberto a cova para enterrar Bernardo dias antes do crime, declarando ter ela mesmo cavado com o macaco do carro e a chave de roda para cavar o buraco. "Ele é inocente."
Pouco antes das 12h30min, quando a juíza passava a palavra à acusação, Edelvânia passou mal e desmaiou. A sessão foi suspensa para ela receber atendimento médico.
Último dos quatro acusados a ser ouvido no plenário do júri, Evandro Wirganovicz negou envolvimento no crime:
— Não sabia de nada, não fiz nada — disse o réu de braços cruzados.
Evandro chorou ao falar da falta do contato com os filhos. Quando foi preso, o filho tinha dois anos e a filha, 40 dias. Evandro disse que a mulher o abandonou há dois anos e meio.
Durante a explanação do Ministério Público (MP), que iniciou na tarde desta quinta-feira (14), os promotores acusaram Leandro Boldrini e Graciele Ugulini de terem planejado a morte do menino. Também defenderam a condenação de todos os réus com pena máxima.
O promotor Bruno Bonamente defendeu que o pai participou do plano da morte do filho como mentor do crime. Boldrini saiu da sala do júri durante a exibição das fotografias do menino morto. No plenário, houve choro e silêncio. Edelvânia e Graciele choraram durante a maior parte dos interrogatórios, pela manhã.
É forte e espero que o pai dele tenha coragem de ver. Um pai que ama o filho vai sair daqui direto para a UTI – afirmou o promotor Ederson Vieira.