A segunda testemunha de defesa desta manhã no julgamento do caso Bernardo Boldrini é uma ex-professora do pai do menino. Maria Lúcia Cremonese começou seu depoimento dizendo que Leandro Boldrini foi criado por uma família rude, que não lhe dava carinho. Afirmou que o garoto nunca ganhou colo do pai, por exemplo. Lembrou que Boldrini era inteligente e lia livros acima da classe que estava, mais avançados. Quando ia apresentar a história, era focado, mas colegas não se interessavam porque era assunto avançado e a sala de aula virava uma bagunça.
— Ele não se dava conta, não mudava o tom por causa da bagunça. Não notava o que acontecia ao redor. Eu não sabia o que fazer, se parava o aluno que tentava dar o melhor ou deixava a classe seguir na bagunça — disse a professora.
Vanderlei Pompeo de Mattos, defensor de Graciele Ugulini, perguntou se Maria Lúcia conhecia sua cliente. Ela disse apenas ter sido apresentada. Os advogados dos irmãos Edelvânia e Evandro Wirganovicz não fizeram perguntas.
O promotor Bruno Bonamente questionou se a testemunha achava Boldrini muito inteligente. Ela disse que sim. Ao promotor Ederson Vieira, a testemunha declarou ter se oferecido para depor a favor de Boldrini para explicar como ele era. Disse ter entendido que o objetivo do depoimento dela seria para reforçar a ideia de que Boldrini é "desatento".
O promotor enfatizou estar entendendo qual era o objetivo desse tipo de depoimento, na linha de que Boldrini é desatento e membro de uma família que não lhe dava amor.
— Depois querem usar isso nos debates para justificar que Boldrini se tornou o que é por causa da família — afirmou Vieira.
A testemunha encerrou dizendo que nunca houve problema de agressividade de Boldrini com colegas.