Duas semanas depois do massacre na Escola Estadual Professor Raul Brasil, em Suzano (SP), onde dois atiradores mataram oito pessoas e depois se suicidaram, mensagens compartilhadas em redes sociais com ameaças de atentados em instituições de ensino gaúchas colocaram pais, alunos e polícias em alerta. O caso mais recente envolve um colégio Marista, em Porto Alegre.
Em algumas situações registradas no Estado houve prisões e apreensões. Levantamento de GaúchaZH apontou que em pelo menos 10 casos recentes suspeitos foram levados para prestar depoimento.
Um desses episódios ocorreu em Roca Sales, município de 10 mil habitantes, onde uma adolescente de 17 anos foi apreendida após ameaçar cometer massacre na escola em que estudava. Também no Vale do Taquari, um ex-aluno de 18 anos foi preso em Lajeado, após ameaçar cometer ataque contra instituição de ensino da cidade (veja mapa abaixo).
Conforme a Polícia Civil, as ameaças seguem um padrão. A chefe da corporação no Rio Grande do Sul, delegada Nadine Anflor, confirmou ontem que a foto de uma arma que acompanha a ameaça de ataque à Rede Marista é antiga. A imagem foi utilizada em 2012 em reportagem feita em Aracaju, no Sergipe.
Nos parece que a notícia é falsa, até para gerar pânico.
NADINE ANFLOR
Chefe de Polícia
A mesma mensagem que aponta um colégio da Capital como alvo vem sendo compartilhada no Interior, mudando o nome da instituição e a data do ataque.
— Nos parece que a notícia é falsa, até para gerar pânico. Acabou viralizando em várias redes sociais — explica Nadine, ressaltando que é incomum que autores de atentados revelem antecipadamente o local e data do crime.
Segundo o titular da Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos, delegado André Anicet, a investigação apontou que parte das 20 denúncias recebidas nos últimos dias envolve falsas ameaças.
— É o que estamos tentando descobrir: o porquê e o objetivo dessas pessoas. Gera temor na população e atrapalha o dia a dia de todo mundo. Não descartamos nada, mas em princípio seria uma ameaça falsa — relatou, referindo-se ao caso da Capital.
—Há uma preocupação maior, mas essa notícia que circulou em Porto Alegre demonstra, em princípio, ser falsa. Os pais podem levar os filhos às aulas — orientou o delegado Anicet.