Os três homens acusados de matar um casal de Santa Catarina, que veio ao Rio Grande do Sul para negociar uma casa, foram condenados a mais de 40 anos de anos de prisão cada um, em sessão do Tribunal do Júri de Canoas, nesta quarta-feira (27). Uma sessão chegou a ser iniciada no início de dezembro, mas foi suspensa após uma jurada passar mal.
Paulo César Rachaski, 42 anos, e Solange de Lima Vargas, 35 anos, foram encontrados mortos carbonizados dentro de um veículo, próximo à Rodovia do Parque, em Canoas, em 2015.
João Marcelo Dias foi condenado a 46 anos e seis meses de reclusão, por duplo homicídio qualificado, associação criminosa e receptação. Everton Machado de Borba recebeu 45 e seis meses pelos homicídios e associação criminosa, e Diego Ribeiro a 40 anos e quatro meses pelos mesmos crimes, além de receptação.
Na denúncia original do Ministério Público (MP), foram relacionados outros três participantes. Wladimir Luciano de Jesus Israel Zeferino – apontado como o principal articulador do crime, mas que morreu no decorrer do processo —, Rodrigo Schlichting de Ávila, também falecido no curso do processo, e Evandro Francisco Padilha, que foi preso em dezembro de 2017 no Paraguai e cumpre pena no Paraná por um duplo homicídio ocorrido em Marmeleiro (PR).
Conforme a acusação do MP, Wladimir estava insatisfeito com as negociações feitas com as vítimas pela compra de uma casa em Içara (SC). O acusado queria que parte do pagamento fosse feita com a entrega de um automóvel, condição que a vítima, corretor de móveis, não aceitou.
Wladimir então sugeriu a Paulo Cesar vir de Içara para São Leopoldo para que fechassem o contrato. Ele viajou acompanhado pela mulher para receber R$ 80 mil pela venda do imóvel.
Alegando problemas com o carro, o suposto comprador pediu que a vítima fosse buscá-lo em casa para, então, irem ao tabelionato. Conforme a denúncia, o acusado nunca teve o dinheiro para fechar o negócio e teria contratado criminosos para extorquirem o casal.
No local do encontro, o casal foi espancado, roubado e mantido preso por algumas horas. Levadas a Canoas, junto à Rodovia do Parque, as vítimas foram colocadas dentro de um carro para serem queimadas. A necropsia identificou a carbonização como causa da morte. Cada criminoso receberia R$ 10 mil pelo serviço que, segundo a investigação, nunca foi pago.