A Polícia Civil tenta desvendar um mistério envolvendo uma espécie de “bunker”encontrado em uma casa no bairro Igara, em Canoas, onde um paranaense foi executado no último dia 10. A vítima foi identificada como Itacir Azevedo Dias, 31 anos.
Na noite dessa quinta-feira (21), agentes da Delegacia de Homicídios prenderam em Palhoça, Santa Catarina, um suspeito do assassinato. Segundo o delegado Thiago Carrijo, Dias foi morto com dois tiros – na axila e no rosto – após uma festa que ocorreu na residência.
Ele estaria com outras pessoas na casa, que não possui móveis, apenas dois colchões. Vizinhos informaram à polícia que havia grande movimentação no local nos últimos dias, inclusive com a utilização de uma retroescavadeira.
— Acreditamos que a retroescavadeira foi usada para construir recentemente esse esconderijo, em um anexo à casa, já que o material de construção é novo — diz Carrijo.
Com a prisão temporária do suspeito em Santa Catarina e com o depoimento de uma testemunha do crime, a polícia quer saber as causas do assassinato e o que estas pessoas faziam na residência onde o paranaense foi morto, além de averiguar a finalidade do “bunker”.
Sobre o homicídio, sabe-se que a vítima não tinha antecedentes criminais e o suspeito havia se envolvido anteriormente apenas em delitos de menor poder ofensivo. Ele foi identificado como Gilmar Oliveira, 31 anos.
Outro suspeito é investigado, mas ainda não teve o nome divulgado. GaúchaZH não conseguiu contato com Oliveira, nem com a defesa dele para contraponto.
A polícia ainda destaca que uma pistola calibre 9 milímetros foi encontrada no dia do homicídio próximo ao local onde Dias foi morto. A arma será periciada em busca de digitais.
"Bunker"
Sobre o que os envolvidos faziam na casa do bairro Igara, Carrijo não descarta que possa ter ligação com roubo de carga de cigarros. No entanto, o fato ainda é apurado.
O esconderijo, um buraco de quase 2 metros de comprimento por um metro de largura, poderia ter sido construído para guardar cargas roubadas. O "bunker" fica dentro de um galpão construído junto à residência em Canoas.
Além de ser revestido com concreto, a abertura, com uma tampa, foi feita com o mesmo material do piso do imóvel. Carrijo acredita que os envolvidos no assassinato, além da vítima, poderiam ser os responsáveis por construir o "bunker", por guardar o local ou até para cuidar de possíveis produtos que poderiam ser escondidos na casa.