Um ex-líder religioso da Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias – conhecida popularmente como Mórmons - foi condenado pelo Tribunal de Justiça gaúcho a 17 anos e seis meses de prisão em regime fechado. O homem de 55 anos - que não teve o nome divulgado - é acusado de estupro de vulnerável contra seis vítimas, todas com menos de 14 anos, na cidade de Rosário do Sul. Os abusos teriam acontecido dentro de salas da igreja e nas casas das vítimas.
Em um dos casos, uma menina de nove anos foi a vítima. A Polícia Civil identificou que o homem frequentava a casa da criança na condição de mestre familiar da Igreja, oferecendo auxílio espiritual e material. Posteriormente, ele ficava sozinho com a menina em um quarto. Com a alegação de que iria examiná-la para constatar se estava nervosa, passava as mãos nas pernas e partes íntimas dela.
Condenado em primeira instância, o réu recorreu ao Tribunal de Justiça. No entanto, o relator do caso no TJ, desembargador Aymoré Roque Pottes de Mello, manteve a condenação. Para o magistrado, não prospera o pedido da defesa de desclassificar a condenação de estupro de vulnerável para contravenção penal de importunação ofensiva ao pudor.
"Como se vê, as vítimas sustentaram sempre uma única versão dos fatos, sem cair em contradição. E seus depoimentos, além de lineares e seguros, estão amparados pelas demais narrativas colhidas", citou o desembargador na decisão.
O ex-líder religioso foi preso pela Polícia Civil em 2017. Os casos teriam ocorrido entre 2013 e 2017.
A Igreja dos Santos dos Últimos Dias informou que, ao tomar conhecimento dos casos, procedeu com ação disciplinar e excomungou o ex-líder.