Quatro meses após o crime, a polícia ainda não conseguiu descobrir quem era o homem no veículo que abordou Eduarda Herrera de Mello, nove anos, no bairro Rubem Berta, na zona norte de Porto Alegre. A hipótese mais provável é que ele tenha levado a menina no carro até a RS-118, em Alvorada, onde ela foi afogada. O corpo da criança foi encontrado por volta das 10h de 22 de outubro, por um motorista.
O relato de uma testemunha permitiu que a polícia divulgasse retrato falado do suspeito de ter raptado a menina. A imagem gerou série de denúncias. Mas acabou resultado também na divulgação de informações falsas sobre possíveis suspeitos. Depois disso, a polícia colocou a investigação sob sigilo.
Responsável pela investigação desde janeiro, a delegada Sabrina Dóris Teixeira diz que a equipe segue tratando o caso como prioridade, mas não há previsão de desfecho.
— Infelizmente, não temos nada de novo a acrescentar no momento. É bem complicado esse caso. Muitas pessoas foram ouvidas, diligências feitas. Segue sendo divulgado o retrato falado. Todas as informações que chegam estão sendo apuradas. É um trabalho árduo, mas ainda não conseguimos o desfecho — afirma.
A investigação, cujo inquérito tem 700 páginas, encontra dificuldades pelo fato de o crime ter sido cometido à noite. Agentes refizeram o possível trajeto do veículo desde a casa da família até onde a menina foi encontrada para localizar câmeras. A delegada reconhece que nenhuma imagem foi significativa para a investigação, mas garante que as câmeras que poderiam conter algum registro foram analisadas.
—De fato, as câmeras não colaboraram. Foram analisadas horas de imagens. Sequer foi confirmado um modelo de veículo. O retrato falado foi feito com base numa testemunha, que viu uma pessoa no início da noite, sentado de lado, dentro de um carro. É tudo complexo — afirma.
Antes de ser decretado sigilo da investigação, a polícia confirmou que averiguava possível abuso sexual, vingança contra familiares da menina ou mesmo a morte em algum ritual. Sobre as hipóteses investigadas a delegada diz que nenhuma delas foi descartada, mas prefere não detalhar as possibilidades.
— Nem tudo que consta nesse inquérito pode ser repassado. Sei que apenas dizer que é prioridade não convence. Mas é prioridade da delegacia e da Polícia Civil. Estamos numa busca desenfreada. A gente entende a angústia da mãe e isso também me angustia. O caso não está esquecido e não será. Pelo contrário, é o caso mais grave que a gente tem na delegacia no momento.
Informações podem ser repassadas para 0800-642-6400.