A Polícia Civil divulgou na manhã desta sexta-feira (18) a prisão de uma mulher no Vale do Sinos por simular o próprio sequestro. Com a ajuda de pelo menos dois comparsas, ela despareceu na última quarta-feira (16). No mesmo dia, o marido dela recebeu mensagem de texto no celular exigindo o pagamento de resgate no valor de R$ 300 mil. Mas todo o esquema era apenas um golpe que foi descoberto nesta quinta-feira (17), quando a mulher se apresentou à polícia. Ela foi presa em flagrante por estelionato, organização criminosa e falsa comunicação de crime.
Na quarta-feira, a mulher avisou o marido - que é empresário na cidade de Viamão, na Região Metropolitana - que iria até Águas Claras fazer compras e ir ao banco. Depois disso, despareceu. O homem só teve informações da companheira ao receber uma mensagem no celular informando sobre o suposto sequestro. No texto, além do resgate de R$ 300 mil, os supostos criminosos teriam relatado que a esposa dele, que estaria grávida - mas não está -, passava bem.
O marido recebeu um prazo de 48 horas para conseguir o dinheiro e foi alertado para que não acionasse a polícia. Apesar disso, ele entrou em contato com a Polícia Civil - o que a população é orientada a fazer em casos como este - e não pagou o resgate.
Falso sequestro
A partir da apuração da Delegacia de Roubos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic), foi descoberto na tarde desta quinta-feira que tudo era um golpe arquitetado pela mulher para extorquir dinheiro da vítima, o marido da falsa sequestrada.
O delegado João Paulo de Abreu apurou que um dos comparsas, são pelo menos dois, teria descoberto que a polícia estava investigando o caso e avisou a mulher do empresário para se entregar. Foi o que ela fez. No entanto, voltou a mentir.
Do falso cativeiro, um motel em Viamão, a mulher foi “abandonada” na noite de quinta-feira em uma rua em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, de onde caminhou até um posto de combustíveis para pedir ajuda.
A Brigada Militar foi acionada e, na Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) do município, confirmou a versão de sequestro. O delegado foi até o local ouvir a esposa do empresário. Ela só confessou que o sequestro era falso, quando o delegado mostrou evidências que apontavam a fraude. No entanto, ela inventou outra história.
A presa, que não teve nome divulgado pela Polícia Civil, disse que estava sendo ameaçada por um grupo de pessoas, mas sem explicar o motivo, para pagar R$ 300 mil e evitar assim que o marido fosse assassinado. Por isso, teria colaborado com o golpe.
A polícia está apurando todos os fatos e tenta identificar outros suspeitos para confirmar esta nova versão dos fatos.