Os assassinatos dos idosos José Eduardo Castro Pereira, 61 anos, e Elma de Oliveira Castro, 76 anos, sobrinho e tia, na terça-feira (22), na zona sul de Porto Alegre, são tratados pela Polícia Civil como um grande mistério. Os dois foram encontrados com sinais de tortura dentro de uma casa na Rua Mario Totta, bairro Camaquã. Ela tinha um saco na cabeça e um fio de ventilador enrolado no pescoço. O corpo dele apresentava marcas de facadas e estava sobre um facão.
— Estamos coletando todo o tipo de dado e de material que possam nos ajudar nas investigações. A equipe toda está imbuída nos trabalhos, mas, por enquanto, ainda é um grande mistério — afirma o delegado Newton Martins de Souza Filho, da 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa.
Planos interrompidos
Para as vítimas, a expectativa em se mudar para o Litoral Norte era grande. Na terça-feira (22), José Eduardo deslocou-se para Porto Alegre para arrumar as últimas caixas e retornar para Tramandaí. Veio para a capital gaúcha de ônibus e voltaria de motocicleta, uma Harley-Davidson, uma das suas paixões. Mas os planos foram interrompidos pelos criminosos.
Segundo a Polícia Civil, nada foi levado da casa, nem mesmo a motocicleta de Zé Pata — como era chamado por amigos devido ao jeito de caminhar. Na manhã desta quinta-feira (24), o veículo ainda repousava na frente da residência parcialmente coberto por uma lona.
Antes de ser morto, o homem passou por um restaurante e em um bar, ambos próximos da moradia. No primeiro estabelecimento, chegou por volta das 18h, pediu duas cervejas e ficou conversando com amigos. Ficou ali até próximo do horário de fechamento do restaurante, por volta das 21h.
— Ele era nosso cliente diário. Era engraçado, brincalhão. Não percebi nada de diferente nele — conta um assador do local, de 53 anos, que preferiu não se identificar.
Dali, o grupo foi caminhando até o bar, a três quadras de distância. No outro local, ficou até passado das 23h20min. Teria sido levado até a sua casa por um amigo. Foi a última vez que foi visto vivo. No bar, era conhecido pelo estilo engraçado. Funcionário público e adepto do movimento tradicionalista, costumava acampar no acampamento farroupilha da Capital com amigos durante o mês de setembro.
Polícia busca imagens
Na manhã desta quinta-feira (24), investigadores da 6ª Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) fizeram varredura na vizinhança para encontrar câmeras de segurança e conversar com moradores, que possam ter percebido alguma movimentação estranha na residência.
Na casa ao lado, há câmeras, mas que não estavam em funcionamento no momento do crime.