A Polícia Civil concluiu o inquérito sobre a morte da menina de 12 anos que foi executada com nove tiros no último dia 17, na Lomba do Pinheiro, na zona leste de Porto Alegre. Segundo o delegado Rodrigo Reis, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Homicídios e de Proteção à Pessoa (1ªDPHPP), a suspeita é que Flávia Silva de Almeida tenha sido morta por causa do irmão, que tem envolvimento com o tráfico e que mudou de facção.
— Ela não tinha envolvimento direto com o tráfico. Mas o irmão dela, que se encontra no sistema penitenciário, possui envolvimento com facções locais de Porto Alegre e, no início do ano passado, mudou de facção. Dentro do próprio sistema, no Presídio Central, ele mudou de galeria que abrigava uma facção e migrou para a galeria de uma rival — explica o delegado.
Outro motivo para o assassinato, segundo Reis, é que Flávia residia na localidade de uma facção, mas frequentava uma região - entre os bairros Agronomia e Lomba do Pinheiro – que está sob domínio de outro grupo criminoso.
— Os criminosos da localidade em que ela residia descobriram mais esse fato, além de o irmão dela ter mudado de facção. Ela também havia frequentado uma festa poucos dias antes na região da facção rival. A menina passou a ser considerada uma traidora, porque eventualmente poderia estar passando informações privilegiadas aos rivais – afirmou o delegado.
Os criminosos raptaram a adolescente onde ela morava, no bairro Agronomia, em uma área chamada de invasão da Vila Tamanca, e a levaram até o Beco do David, na parada 2 da Lomba do Pinheiro, onde foi executada.
Segundo o delegado Rodrigo Reis, as irmãs da vítima também não têm envolvimento direto com a criminalidade e já estão morando em outro Estado por temer represálias. A mãe da jovem já morreu,e o pai está desaparecido.
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Os homens que participaram do crime foram identificados pela polícia. Dois deles foram presos em flagrante no dia 19, dois dias após o assassinato, portando as armas que os investigadores acreditam terem sido usadas para matar a jovem. Foram apreendidas duas pistolas calibre 9 mm e uma de calibre .32 - que foram encaminhadas à perícia para comparação balística. Os dois presos também portavam coletes à prova de balas e quase meio quilo de maconha.
Além disso, um adolescente de 17 anos também participou da ação. De acordo com o delegado Rodrigo Reis, o jovem é considerado líder na localidade:
— Ele é filho de um líder de uma das facções da Capital e naquela localidade exerce também esse papel. No sábado (19 de janeiro), ele conseguiu fugir junto com outro criminoso que fazia a segurança dele. Ele ainda não foi encontrado, mas a apreensão dele já foi decretada pelo Judiciário.