A prefeitura de Novo Hamburgo anunciou, na manhã desta quarta-feira (12), a demissão do subsecretário Pedro André Arenhardt. Ele é um dos investigados na Operação Consilium, da Polícia Civil, por lavagem de dinheiro do tráfico de drogas e suposta ligação com uma facção do Vale do Sinos.
Arenhardt era um dos cinco subsecretários da Secretaria de Obras e Serviços Urbanos e Viários. Nesta quarta, o Departamento Estadual de Investigações do Narcotráfico (Denarc) fez buscas na casa dele. Também foram realizadas buscas na residência do vereador Emerson Fernando Lourenço, o Fernandinho, do Solidariedade, que é investigado.
A assessoria de imprensa da prefeitura informou que Arenhardt não foi indicado ao cargo em comissão pelo vereador. Conforme o Executivo, ele tinha bom currículo e preenchia os requisitos e, por isso, foi contratado.
A Câmara de Vereadores de Novo Hamburgo ainda não se manifestou se haverá algum procedimento em relação a Fernandinho, que é presidente municipal do Solidariedade. Clàudio Janta, presidente estadual do partido, disse que vai se informar sobre a operação, mas que, se for um "fato grave, o partido adotará as medidas necessárias". No ano passado, quando foi alvo de uma operação que investigava homicídios e tráfico de drogas, Fernandinho chegou a ser preso por posse de arma.
O delegado Márcio Zachello, da Delegacia de Repressão ao Crime de Lavagem de Dinheiro do Denarc, disse já ter elementos para indiciar os dois suspeitos por lavagem de dinheiro. Também está sendo verificado se eles podem ser enquadrados em organização criminosa.
Além dos dois, outras seis pessoas e seis empresas estão sob suspeita na Operação Consilium. Foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão em Novo Hamburgo, nos bairro Canudos, Jardim Primavera e Lomba Grande. O foco da ação era a preensão de documentos para verificar vínculos entre os suspeitos e também as operações de lavagem de capitais.
Até o final da manhã, um suspeito - que não teve o nome divulgado - havia sido preso em flagrante por posse de arma. A investigação identificou movimentações de dinheiro e outros negócios ligando os dois suspeitos ao traficante Juliano Biron da Silva, líder de facção e que está no Presídio Federal de Mossoró
Entre 2012 e 2018, o grupo teria movimentado R$ 15 milhões. Segundo a polícia, Arenhardt seria um dos elos do vereador com os criminosos. Os negócios suspeitos envolveriam a compra e venda de imóveis registrados em nomes de "laranjas", o uso de contas bancárias de empresas de transporte e de demolição de carros, além de transferências de dinheiro entre Biron e Arenhardt.
Contrapontos
O que diz Pedro André Arenhardt:
GaúchaZH deixou recado na caixa postal do telefone dele, mas não obteve retorno.
O que diz Emerson Fernando Lourenço:
"Não tenho nada a temer, estou tranquilo. A polícia está no papel dela. Não tenho casa em meu nome em Tramandaí".