Correção: a idade de Fabiane Fernandes é 30 anos e não 32, como publicado nesta reportagem das 14h às 21h30min. O texto já foi corrigido.
A causa da morte de Fabiane Fernandes, de 30 anos, moradora de Florianópolis que havia desaparecido em uma trilha em Arraial do Cabo, no Rio de Janeiro, será conhecida em cerca de 30 dias. De acordo com a Polícia Civil, este é o prazo necessário para que sejam feitos os exames para a produção do laudo final.
Por meio da assessoria de imprensa, a Polícia Civil fluminense afirma que será necessário exame de DNA, que, dependendo do estado do corpo, pode ser demorado. Além disso, serão feitos outros laudos para verificar os indícios do que parece ser um homicídio.
Em entrevista ao G1 na manhã desta quinta-feira (22), o delegado responsável pelo caso, Renato Mariano, titular da 132ª Delegacia de Polícia, em Arraial do Cabo, não descartou o crime de latrocínio (roubo com morte). Mariano afirma que, por mais que o celular tenha sido encontrado ao lado do corpo, a carteira da vítima estava vazia. O delegado também disse que ainda não é possível saber se ela sofreu violência sexual.
Trilha era movimentada
O corpo de Fabiane foi encontrado pelos bombeiros por volta das 15h de quarta-feira (21), na trilha do Morro da Cabocla. De acordo com o tenente-coronel Marcelo Fidalgo, do 18º Grupamento de Bombeiros Militar de Cabo Frio, o local era relativamente movimentado.
— Não era uma área isolada. Essa trilha é muito frequentada, principalmente por pescadores — relatou o oficial.
Diferentemente do que havia sido divulgado inicialmente, Fidalgo afirmou que, embora tenha havido apoio da equipe do canil, o corpo foi encontrado pelos profissionais da força-tarefa montada para a busca, não por um cão farejador.
Loja de conveniência
Antes de desaparecer, Fabiane Fernandes esteve por dois dias seguidos em uma loja de conveniências de um posto de combustíveis no bairro da Prainha, onde tomou café e lanchou. Segundo funcionários do local, a mulher disse que estava sozinha na cidade e que faria a trilha do Pontal do Atalaia.
O atendente Iago Patrick disse à reportagem da TV Globo do Rio que conversou com Fabiane. A vítima teria lhe dito que estava hospedada em um apartamento ali próximo.
— Ela falou que tinha vindo sozinha de Floripa em um voo. Mostrou algumas fotos no Instagram dela, que parecia que ela gostava de algo aventureiro, fazer trilha, bicicleta — recordou.
A câmera de segurança da loja de conveniência gravou Fabiane tomando café no domingo, antes de fazer a trilha. Ela aparece usando um boné, tranquila, digitando no celular. Foi a última imagem dela com vida.
Liberação do corpo
A Polícia Civil do Rio de Janeiro está em contato com a família de Fabiane, que mora na Praia dos Ingleses, em Florianópolis. De acordo com a assessoria, os familiares são aguardados para que se possa fazer a liberação do corpo, mas ainda serão necessários alguns exames antes que isso aconteça.
Muito abalada com a morte da sobrinha, uma tia de Fabiane, que preferiu não se identificar, afirmou que a família está se organizando para ir até o Rio de Janeiro e que, por enquanto, não há previsão para o translado e o enterro do corpo.
O caso
Conforme familiares, Fabiane viajou para o Rio de Janeiro com um companheiro. No domingo (18), saiu para a trilha sozinha, deixando o parceiro no hotel. A última pista deixada por ela foi uma foto publicada nas redes sociais identificando o local como Atalaia, o que, segundo os bombeiros, mostra que ela desconhecia a região, já que ela estaria na trilha da Prainha.
Conforme o tenente-coronel Marcelo Fidalgo, o corpo de Fabiane, encontrado na quarta-feira (21), estava a 30 metros da rota da trilha, em meio aos arbustos, nua e com os pertences ao lado. A vítima tinha um filho de nove anos e morava com a família nos Ingleses. Ela era a administradora de uma pousada em Florianópolis.