Antes de desaparecer e ser encontrada morta, Eduarda Herrera de Mello, nove anos, brincava de roller na noite de domingo (21), em frente à casa da família no bairro Rubem Berta, zona norte de Porto Alegre. A rampa de acesso à garagem da residência era o lugar predileto para fazer as acrobacias. A mãe da menina, Kendra Camboim Herrera, 31 anos, acompanhava de perto o desempenho da filha sobre as rodinhas.
Com o anoitecer, Kendra, que trabalha como atendente em um posto de combustíveis, percebeu que a luz da casa estava falhando, como se estivesse em segunda fase. Decidiu chamar um eletricista, que chegou pouco tempo depois. Entrou para o interior da moradia para mostrar o problema e deixou Eduarda brincando sozinha. Pelos cálculos da mãe, a menina ficou desacompanhada por pouco tempo.
— Só entrei para mostrar as tomadas. Ela foi descer de roller a rampa na frente de casa. Foram sete minutos. Logo em seguida, o eletricista saiu e fiquei procurando ela. Pensei que estava com os cachorros. Não estava — lembra a mãe.
Kendra entrou em desespero. Saiu da residência, foi até um bar onde a menina costumava comprar guloseimas e nada. Na volta para casa, passou por outra criança, vizinha e amiga de Eduarda.
— Perguntei: "sabe onde a Eduarda pode estar?" E ela: "Só sei que ela estava conversando com um cara de um carro vermelho. Ele estava convidando ela para comprar casaco" — relata a mãe.
A mãe chamou a polícia, que permaneceu a madrugada fazendo buscas. No começo da manhã desta segunda (22), praticamente sem dormir, Kendra ficou sabendo que uma menina foi encontrada morta às margens da RS-118, em Alvorada. Primeiro, titubeou em ir até o local, mas mudou de ideia logo em seguida.
— Quando vim, não me deixaram entrar. Depois, passei. Vi a calça que ela estava usando ontem (domingo) para brincar. Minha filha era maravilhosa. Não tenho outra palavra para falar dela — desabafa a mãe.
Pai conseguiu autorização para sair de prisão
Enquanto aguardavam uma resposta da polícia às margens da rodovia, a família ganhou reforço. O pai da criança, Robson Gomes de Mello, que cumpre pena no regime semiaberto no Instituto Penal de Charqueadas, conseguiu liberação e foi até o local.
O homem tem antecedentes por quatro crimes.