A loira misteriosa que aplica golpes em motoristas de aplicativos e taxistas voltou a agir. De acordo com funcionários do Hotel Rodoviária, localizado na esquina da Rua Ernesto Alves com a Avenida Voluntários da Pátria, no bairro Floresta, região central de Porto Alegre, a 150 metros da sede da Secretaria da Segurança Pública e a 350 metros da 17ª Delegacia de Polícia (17ª DP), ela fez nova vítima. O golpe, que envolveria promessas sexuais, foi aplicado na última sexta-feira (5), por volta das 22h.
Com o motorista lesado desta vez, já são pelo menos nove as vítimas. A autora, descrita por testemunhas como "escultural" e com cerca de 1m70cm de altura, utiliza serviços de táxi ou de transporte por aplicativos e orienta o motorista a parar na frente do portão da garagem do Hotel Rodoviária.
Ela solicita então ao condutor que a aguarde por cerca de 10 minutos pois, supostamente, teria de entrar no estabelecimento, onde estaria hospedada, para pegar o dinheiro da corrida.
Aproveitando-se da localização de esquina do hotel, ela estrategicamente simula que entra no prédio, mas segue em frente pela Rua Voluntários da Pátria, até "sumir" nas imediações da Rua Comendador Coruja. Para pelo menos um dos motoristas ela se identificou como Suzi.
Entre os casos anteriores, algumas das vítimas chegaram a se exaltar com o proprietário do hotel, Guido Jacó Hilgert, 78 anos, com funcionários da portaria e até com a camareira, por acharem que eles estariam acobertando a loira. Guido chego a ser chamado de "mentiroso" e por pouco não foi agredido. Com o motorista enganado na última sexta-feira foi diferente.
— Ele entrou aqui procurando por ela. Quando meu colega mostrou a reportagem sobre o caso que tinha saído no Diário Gaúcho, ele olhou e disse: "poxa, pior é que tinha lido isso". Aí, pediu desculpas e foi embora — conta o funcionário que atende na recepção no turno da tarde.
Pela reação de vítimas anteriores, o proprietário do hotel desconfia que o golpe não se resuma ao não pagamento da corrida e que envolva outras promessas. De acordo com Guido, um dos hóspedes já viu a mulher e disse que "ela é muito atraente, usa roupas curtas e sabe encantar".
O medo de a qualquer momento ser agredido por algum motorista fez com que o proprietário registrasse o caso na 17ª DP. Já as vítimas, mantiveram silêncio em relação à polícia.
— Acredito que por vergonha de caírem num golpe tão primário, eles (os motoristas) nem têm coragem de registrar — diz o chefe de investigações da 17ª DP, Cláudio Pinto.