A Delegacia de Repressão aos Crimes Informáticos do Departamento Estadual de Investigações Criminais (Deic) concluiu e remeteu nesta segunda-feira (3) à Justiça inquérito sobre um esquema criminoso que lesou empresas gaúchas no golpe da falsa doação.
No início de agosto, a polícia prendeu em Balneário Camboriú, Santa Catarina, três pessoas de um total de quatro investigadas. Contudo, após análise de documentos, o delegado Marco Guns concluiu que o único suspeito do golpe é Luciano Valdemar Cardoso dos Santos – ele teria enganado até mesmo funcionários e amigos.
O inquérito faz menção de que as pessoas investigadas inicialmente acreditavam que estavam participando como voluntários e pediam doações a empresas. Por isso, os demais envolvidos não foram indiciados.
Todos os presos foram liberados, e Santos vai responder por estelionato e falsidade ideológica.
Pelo menos 340 empresas estavam na mira do suspeito, mas, com a intervenção policial, somente algumas foram lesadas, com prejuízo em torno de R$ 50 mil. A polícia estima que pelo menos 10% dos 340 empresários teriam repassado valores ao indiciado.
— Acredito que, se não tivéssemos avisado em tempo os demais empresários, o prejuízo seria maior, superior a R$ 500 mil — explica Guns.
Golpe
O golpe consistia em usar documentos falsos para pedir cartas de recomendação a prefeituras da região metropolitana de Porto Alegre, principalmente da Capital, de Canoas e de São Leopoldo, para atrair eventos aos municípios. No entanto, conforme a investigação, o suspeito usava estas recomendações oficiais e enganava funcionários e amigos, fazendo com que eles acreditassem que estivessem participando de um projeto de voluntariado, para pedir doações a empresários.
Após os golpes, o suspeito se escondia, segundo o inquérito, em Santa Catarina. GaúchaZH tenta contato com a defesa de Santos para contraponto, mas não conseguiu retorno até a publicação desta matéria.