Devem retornar ao Rio Grande do Sul, a qualquer momento, três presos gaúchos que estão recolhidos na Penitenciária Federal de Mossoró, no Rio Grande do Norte. O juiz federal Walter Nunes da Silva Junior, da 2ª Vara Federal Criminal de Natal (RN), autorizou, no final de julho, a volta ao Estado de Tiago Gonçalves Prestes (conhecido como Tiago Pasteleiro), José Marcelo Reyes Morales (o Camarão) e Fábio Luis da Silva Mello (o Fábio do Gás). Na decisão, ele argumenta que os três não devem continuar na penitenciária federal por já terem perdido suas funções de liderança.
A Superintendência de Serviços Penitenciários do Rio Grande do Sul (Susepe) já foi informada de que o trio se prepara para deixar o Rio Grande do Norte, rumo a território gaúcho. O dia e horário serão mantidos em sigilo, por questões de segurança. Eles devem ser enviados em avião governamental, possivelmente da Força Aérea Brasileira (FAB), com escalas e possíveis pernoites em outros Estados.
A Procuradoria da República do Rio Grande do Norte, em articulação com o Ministério Público do Estado, recorreu contra a decisão, mas talvez o recurso não seja julgado a tempo de evitar o retorno dos líderes de facções. O argumento dos defensores desses criminosos é que o Regime Disciplinar Diferenciado (RDD) que levou às transferências dura, em média, um ano - depois disso, o usual é que retornem para a proximidade de suas famílias.
Ao todo, 27 líderes de organizações criminosas do Rio Grande do Sul foram enviados para presídios federais de alta segurança, em julho de 2017. Desses, cinco já retornaram e outros 10 podem retornar em breve. As penitenciárias que abrigam esses chefes de facção gaúchos são Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Campo Grande (MS).